Cratera MESSIER – Dimensões: 12 Km X 8 Km. Profundidade: 1,3 Km. Coordenadas – Lat: 1.9o S, Long: 47.6o E.
Cratera Messier A – Dimensões: 13 Km X 11 Km. Profundidade: 1.5 Km. Coordenadas – Lat: 2.0o S, Long: 46.8o E.
A cratera MESSIER foi “batizada” em homenagem a Charles Messier, astrônomo e caçador de cometas do Séc XVIII, nascido na França (1730 – 1817). Descobriu 16 cometas e editou um catálogo de “objetos de céu profundo” em 1771 (conhecido como Catálogo Messier), originalmente com os 103 objetos mais brilhantes do céu noturno, visto por ele do hemisfério norte.
A dupla de crateras de impacto MESSIER e Messier A formam um alvo muito interessante !
São crateras jovens, que se mantiveram quase nas suas formas originais, ou seja, nas formas da época de quando foram criadas, pois sofreram pouco com a degradadação causada por desmoronamentos de suas paredes internas, novos impactos ou movimentos sísmicos.
São difícies de encontrar na Lua, crateras que mantiveram sua forma original. Isso porque as crateras jovens e grandes, sofreram muito com a queda de escombros e deslizamentos de material das paredes internas, que ocorriam logo após os impactos que as criaram. Esses efeitos colaterais provenientes dos impactos criadores, na maioria das vezes, apagavam completamente as paredes e borda da cratera de impacto original.
Mas, MESSIER e Messier A reteram, quase inalterada, a sua forma original. Em outras palavras, elas são “puras”. Por esta razão, as formações dessas crateras merecem um estudo mais detalhado.
Uma coisa interessante sobre essa dupla é que elas quase nunca repetem a mesma visão ao telescópio, devido ao fenômeno de libração (movimento de “balanceio” da Lua, que proporciona a visão de uma pequena parte de sua face oculta, na região de suas bordas).
As crateras MESSIER e Messie A possuem forma elíptica, com o maior eixo de MESSIER estendendo-se ao longo da direção de seu impacto inicial.
Já Messier A tem seu eixo maior perpendicular ao eixo maior de MESSIER. É um arranjo realmente muito estranho. As duas crateras não são coaxiais !
À primeira vista, a cratera MESSIER parece ter a forma de uma elipse perfeita. Porém, num estudo com imagens mais próximas feitas pela missão Apollo 11, MESSIER mostra-se mais largo na extremidade leste.
Existe uma fina e longa faixa de material derretido marcada no piso estreito interior (ao longo do eixo maior) de MESSIER, causada pelo impacto que a criou. Estudos apontam que a faixa não é constituída de lava basáltica, pois MESSIER é muito mais jovem do que a época que ocorreram os fluxos de lava.
Mesmo em imagens da Missão Apollo não há nenhum sinal de material proveniente de desmoronamento das paredes internas no chão de seu piso. Também, as encostas íngremes de Messier permanecem intactas. É uma formação que surpreendentemente manteve seu caráter primitivo.
A cratera Messier A, por outro lado, é uma formação muito complexa. Já foi muito defendido que Messier A seria uma sobreposição de duas ou até três crateras de diferentes idades. Mas, as imagens da Missão Apollo, mostram outros exemplos de proporções menores, desse estranho tipo de cratera.
Enfim, parece certo que, Messier A é o resultado de um impacto único, porém num ângulo baixo.
Um exemplo desse tipo estranho de formação de cratera, seria a pequena cratera secundária Cyrillus A, localizada na parede interna da cratera Cyrillus, onde o corpo que gerou o impacto de sua criação, bateu forte na inclinação do terreno.
Existe o consenso entre os cientistas de que as crateras MESSIER e Messier A foram resultantes dos impactos de dois corpos distintos, ambos com cerca de 500m de diâmetro, atingindo a superfície com pelo menos 5 graus de inclinação.
As crateras MESSIER estão entre os alvos interessantes que possuem formações de características estranhas na superfície da Lua, visíveis através de telescópios amadores !
Foto com apenas 1 frame em 10? de ?março? de ?2012, ??01h11m.
Telescope & Câmera:
SkyWatcher DOB 12″ Collapsible;
Celestron Ultima 2X Barlow;
ORION StarShoot Solar System Color Imaging Camera III.
Não deixem de acessar o site oficial na internet do Observatório Lunar Vaz Tolentino, onde é possível encontrar uma grande e bela coleção de imagens da Lua além de muitas informações sobre astronomia e ciências em geral.
Abaixo está a reportagem do Observatório Lunar Vaz Tolentino que saiu numa revista australiana. Fica aqui mais uma vez nosso parabéns ao Professor Tolentino e a toda a sua equipe que fazem um trabalho de grande qualidade e excelência. Parabéns.
Visitem: www.vaztolentino.com.br
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