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28 de dezembro de 2024

Vídeo Mostra Como os Cientistas Estão Rastreando o Clima Espacial Monitorando Uma CME Desde o Sol Até a Terra


A sonda STEREO da NASA resolveu um mistério de 40 anos sobre como as ejeções de massa coronal (CME) do Sol, mudam de forma durante sua longa jornada. Com novas técnicas de processamento de dados, os cientistas da STEREO conseguiram com sucesso rastrear eventos do clima espacial de forma continua desde a coroa ultra quente do Sol até a Terra, 93 milhões de milhas de distância.

Uma CME é uma imensa nuvem magnetizada de gás eletrificado, ou plasma, que explode da atmosfera do Sol. Ela pode imensa contenho um trilhão e meio de toneladas de gás e viajar a uma velocidade de 3 milhões de milhas por hora. Se uma poderosa CME atinge a magnetosfera protetora da Terra, ela gera brilhantes auroras, pode corromper satélites, as comunicações de rádio e até mesmo causar blackouts.

Apesar de já ser observada por décadas com a frota de sondas Heliosféricas da NASA, os detalhes da conexão entre a atividade que ocorre no Sol e o seu efeito na Terra são pouco entendidos. Isso, pois, a CME muda durante sua viagem entre o Sol e a Terra e é difícil de rastrear o seu movimento somente com a perspectiva de cima.

Agora, com as duas sonda STEROE localizadas em lados opostos do Sol, nós podemos monitorar o céu com grandes ângulos, e podemos ver o oceano do espaço aberto entre o Sol e a Terra. Mas as CME são 10 bilhões de vezes mais apagadas que a nossa Lua e muito escura para ser identificada até que os cientistas aplicaram técnicas de ponta de processamento de imagem para a separar a CME do campo estelar.

Aplicando essa nova tecnologia, os cientistas foram capazes de medir o brilho absoluto das feições detalhadas na primeira CME direcionada para a Terra observada pela sonda STEREO que ocorreu no final de 2008. Na época da coleta desses dados, a sonda STEREO-A estava a aproximadamente 45 graus acima da Terra em sua órbita fornecendo assim uma clara visão da passagem da CME entre o Sol e a Terra.

Pela primeira vez, os cientistas podem olhar uma CME desde a sua formação no Sol até o seu impacto com a magnetosfera da Terra, terminando assim com décadas de especulação sobre como as feições na coroa do Sol causam uma massiva e complexa forma de uma CME enquanto ela se expande 10 milhões de vezes seu tamanho. Essa nova habilidade de ver o desenvolvimento do clima espacial durante todo o seu trânsito desde o Sol, irá permitir que os cientistas façam melhores previsões quando e como uma CME irá impactar a Terra e entender como a CME muda no trajeto entre o Sol e a Terra.


Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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