Os cientistas trabalhando com a antena da Deep Space Network da NASA de 70 metros em Goldstone, na Califórnia, lançaram as primeiras imagens de radar do asteroide 2004 BL86. As imagens mostram que o asteroide que fez sua maior aproximação da Terra no dia 26 de Janeiro de 2015 às 14:19, hora de Brasília, passando a cerca de 1.2 milhões de quilômetros da Terra, ou o equivalente a 3.1 vezes a distância entre a Terra e a Lua, tem uma pequena lua. Vale lembrar que não foi a NASA que descobriu essa pequena lua ao redor do asteroide, esse pequeno objeto já havia sido descoberto anteriormente em assinaturas de radar.
As 20 imagens individuais usadas no pequeno filme mostrado acima foram geradas a partir de dados coletados em Goldstone em 26 de Janeiro de 2015. Elas mostram o corpo primário com cerca de aproximadamente 325 metros de diâmetro e uma pequena lua com cerca de 70 metros de diâmetro. Na população dos chamados near-Earth Objects, somente 16% dos asteroides que tem 200 metros ou mais de diâmetro são binários (um corpo primário orbitado por um alua) ou até mesmo sistemas triplos (com duas luas). A resolução das imagens de radar é de cerca de 4 metros por pixel.
A trajetória do asteroide 2004 BL86 é bem conhecida. O sobrevoo ocorrido nessa segunda-feira foi o ponto mais próximo da Terra que o asteroide chegou no mínimo nos próximo dois séculos. É também o mais próximo que um asteroide desse tamanho irá passar da Terra até o ano de 2027 com o sobrevoo do 1999 AN10.
O asteroide 2004 BL86 foi descoberto no dia 30 de Janeiro de 2004, pelo projeto de pesquisa LINEAR (Lincoln Near-Earth Asteroid-Research) em White Sands no Novo México.
Radar é uma poderosa técnica usada para estudar o tamanho, a forma, o estado de rotação, as feições superficiais e a rugosidade da superfície dos asteroides, melhorando assim o cálculo das órbitas dos asteroides. As medidas de radar da distância do asteroide e das velocidades normalmente permitem o cálculo das órbitas para um futuro bem mais distante em comparação com observações que são feitas sem radar.
A NASA tem como alta prioridade rastrear os asteroids e proteger nosso planeta deles. De fato, os EUA têm o mais robusto e produtivo programa de pesquisa e detecção para a descoberta dos chamados NEOs (near-Earth Objects). Até o momento, o EUA, já descobriu cerca de 98% dos NEOs conhecidos.
Mas não é só a NASA, no Brasil temos uma grande iniciativa no sentido de rastrear os NEOs. O Observatório SONEAR em Minas Gerais, faz um belo trabalho no rastreio e descoberta dos NEOs. No caso do asteroide 2004 BL86, o SONEAR conseguiu registrar a passagem dele que aparece em dois vídeos que estão sendo publicados abaixo.
Além disso a NASA usa uma série de parcerias com outras agências governamentais, com astrônomos em universidades, com institutos de pesquisa espalhados pelos EUA, por meio de grants, de transferências entre agências e outros contratos, e também com agências internacionais e outras instituições, para entender ao máximo sobre os asteroides, trabalhando em conjunto para um melhor rastreio desses objetos.
O programa Near-Earth-Object da NASA na sede da agência, em Washington, gerencia os fundos, a pesquisa, o estudo e monitoramento dos asteroides e cometas que orbitam periodicamente a Terra de maneira próxima. O JPL gerencia o Near-Earth Object Program Office para o Science Mission Directorate da NASA em Washington. O JPL é uma divisão do Instituto de Tecnologia da Califórnia em Pasadena.
Em 2016, a NASA lançará uma sonda para um dos NEOs conhecido como sendo um dos mais perigosos. A missão OSIRIS-REx em direção ao asteroide (101955) Bennu pavimentará o futuro das sondas desenhadas para realizar o reconhecimento em qualquer objeto ameaçador recém descoberto. Além de monitorar alvos potencialmente perigosos, o estudo de asteroides e cometas permite uma valiosa oportunidade para aprender mais sobre as origens do Sistema Solar, a fonte de água da Terra e até mesmo a origem das moléculas orgânicas que levaram ao desenvolvimento da vida.
O Goddard Space Flight Center da NASA em Greenbelt, Maryland, fornecerá o gerenciamento geral da missão, dos sistemas de engenharia e da garantia da segurança da missão OSIRIS-REx. A empresa Lockheed Martin Space Systems em Denver, no Colorado, construirá a sonda. A OSIRIS-REx é a terceira missão do chamado New Frontier Program da NASA. O Marshall Space Flight Center da NASA em Huntsville, no Alabama, gerencia o New Frontiers para o Science Mission Directorate da agência em Washington.
A NASA também continua a avançar a jornada para Marte através do progresso da Asteroid Redirect Mission, ou ARM, que testará um grande número de capacidades necessárias para futuras expedições humanas ao espaço profundo, incluindo Marte. Isso inclui um avançado Solar Electric Propulsion – uma maneira eficiente de mover carga pesada usando energia solar, que poderá ajudar no pré-posicionamento de carga para futuras missões ao Planeta Vermelho. Como parte do ARM, uma sonda se aproximará de um near-Earth Object e redirecionará o asteroide para uma órbita estável ao redor da Lua. Assim astronautas poderão explorar o asteroide lá pela década de 2020, ajudando a testar modernas capacidade de voos espaciais como novos trajes espaciais e técnicas de retorno de amostras. Astronautas no Johnson Space Center da NASAem Houston já começaram a treinar e praticar as capacidades necessárias para essa missão.
Mais informações sobre os asteroides e sobre os NEOs, podem ser encontradas em:
http://neo.jpl.nasa.gov e http://www.jpl.nasa.gov/asteroidwatch
e via Twitter, em:
http://www.twitter.com/asteroidwatch
Mais informações sobre a pesquisa de asteroides feitas através de radar podem ser encontradas, em:
Mais informações sobre a Deep Space Network, podem ser encontradas, em:
http://deepspace.jpl.nasa.gov/dsn
Para mais informações sobre a missão OSIRIS-REx, visitem:
http://www.nasa.gov/osiris-rex
http://osiris-rex.lpl.arizona.edu
Fonte:
http://www.nasa.gov/jpl/asteroid-that-flew-past-earth-today-has-moon/index.html#.VMbXZf54rYg