Um dos ingredientes que os humanos precisam para viajar para Marte já existe lá em abundância. E agora os cientistas acham que eles sabem por que: química de plasma.
Estudos de laboratório nos EUA sugerem que os percloratos, os compostos químicos tóxicos usados no combustível de foguetes e como fertilizantes, são criados naturalmente no Planeta Vermelho por meio da eletricidade estática dentro das tempestades e nos redemoinhos de poeira.
Esses campos elétricos intensos quebram os gases na atmosfera, e isso dirige as reações que criam os percloratos numa taxa que poderia ser 10 milhões de vezes mais alta do que aquela dirigida pela luz do Sol.
Isso é significante, tanto porque a luz do Sol é o catalisador usado na Terra para cria-lo e pelo fato dos percloratos terem uma implicação importante para a habitabilidade de Marte.
Para testar essa teoria, os pesquisadores combinaram 95% de dióxido de carbono, 2% de nitrogênio, 2% de argônio e 1% de oxigênio em uma grande câmara para simular a atmosfera. Eles então adicionaram sal como uma fonte de cloro e com isso diminuíram a temperatura e a pressão.
Quando a mistura foi exposta ao campos elétricos de magnitude correta, alguns dos gases se quebraram rapidamente e caíram em forma de moléculas de dióxido de carbono, monóxido de carbono e nitrogênio altamente reativos e positivamente carregados. Com o tempo, quantidades substanciais de cloratos e percloratos foram criados.
Os percloratos foram detectados pela primeira vez em Marte pelo módulo Phoenix da NASA em Maio de 2008, e depois, o Curiosity detectou os percloratos na Cratera Gale, sugerindo que a distribuição é espalhada pelo planeta.
Fonte:
https://cosmosmagazine.com/space/martian-wind-makes-rocket-fuel