É fácil pensar em Marte como um planeta estático, sem mudanças e geologicamente morto, como muitas vezes é mencionado. As primeiras imagens que mostraram em detalhe a superfície marciana foram feitas em 1965 pela sonda Mariner 4. Desde então, muitas imagens têm revelado feições que exceto por se tornarem mais claras e mais detalhadas à medida que as câmeras se desenvolveram, se parecem muito com as imagens feitas a mais de quarenta anos atrás.
Mas enquanto a aparente calmaria da superfície marciana possa ser verdadeira se comparada com a Terra, uma observação mais detalhada e que mostre as feições em escalas menores, mostram que Marte está em constante alteração. A câmera HiRISE com a sua habilidade de ver feições de tamanho métrico, é o instrumento perfeito para registrar essas alterações. Ela já registrou avalanches em ação, observou novas crateras congeladas pouco depois da sua formação, e observou também poeira fantasma à medida que elas varriam a superfície do Planeta Vermelho.
As dunas mostradas nessa imagem, estão atualmente perdendo a sua cobertura invernal de dióxido de carbono, o que está possivelmente ativando valas em sua borda sul. Em outros campos de dunas, a câmera HiRISE registrou o transporte de grandes quantidades de areia desde as alcovas das valas até os leques, com novas valas se formando com o decorrer das estações. Atualmente os pesquisadores estão conduzindo uma campanha para monitorar as dunas onde novas atividades conhecidas estejam acontecendo, e examinar campos de dunas que possivelmente possam entrar em atividade.
Quanto mais em detalhe observamos Marte, mais processos fascinantes, ativos tanto no passado como no presente, nós podemos identificar e estudar.
Fonte:
http://hirise.lpl.arizona.edu/ESP_021622_1095