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Uma Inesperada População de Estrelas Aparentemente Jovens

O Telescópio Espacial Hubble das agências espaciais NASA e ESA ofereceu uma impressionante visão do centro do aglomerado globular NGC 6362. A imagem dessa coleção esférica de estrelas nos leva a ter uma visão profunda do núcleo do aglomerado globular que contém uma alta concentração de estrelas com diferentes cores.

Firmemente unido pela gravidade, os aglomerados globulares são compostos de estrelas velhas, com, aproximadamente 10 bilhões de anos de vida, ou seja, são muito mais velhas que o Sol. Esses aglomerados são comuns, existem mais de 150 deles atualmente conhecidos na nossa galáxia, a Via Láctea, e mais deles podem ser registrados em outras galáxias.

Os aglomerados globulares estão entre as estruturas mais velhas no universo que são acessíveis uma direta investigação observacional, fazendo com que eles sejam considerados verdadeiros fósseis dos anos iniciais do universo.

Os astrônomos inferem importantes propriedades dos aglomerados globulares, olhando a luz que vem das estrelas que os constituem. Por muitos anos, eles eram considerados como sendo laboratórios ideais para se poder testar os padrões da teoria da evolução estelar. Entre outras coisas, essa teoria sugere que a maior parte das estrelas dentro dos aglomerados globulares possui aproximadamente a mesma idade.

Recentemente, contudo, medidas de alta precisão realizadas nos numerosos aglomerados globulares, feitas principalmente com o Hubble, têm levado os astrônomos a questionarem essa teoria até então vastamente aceita. Em particular, certas estrelas aparecem mais jovens e mais azuis que outras, e por isso elas são chamadas de nômades azuis. O NGC 6362 contém muitas dessas estrelas.

Como elas são normalmente encontradas na região central dos aglomerados, onde a concentração de estrela é alta, a explicação mais provável para essa inesperada população de objetos parece ser que eles poderiam resultar de colisões estelares ou da transferência de material entre estrelas em sistemas binários. Esse influxo de material novo aqueceria a estrela e a faria parecer mais jovem do que suas vizinhas.

O NGC 6362 está localizado a aproximadamente 25000 anos-luz de distância da Terra na constelação de Ara, o Altar. O astrônomo britânico James Dunlop observou esse aglomerado pela primeira vez no dia 30 de Junho de 1826.

A imagem acima foi criada combinando imagens feitas em ultravioleta, infravermelho e luz visível com o Wide Field Channel da Advanced Camera For Surveys e com a Wide Field Camera 3. Uma imagem do NGC 6362 adquirida pelo telescópio de 2.2 metros MPG/ESO e foi publicada no dia 30 de Outubro, veja a imagem abaixo.

Fonte:

http://www.spacetelescope.org/images/potw1244a/

Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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