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23 de novembro de 2024

Uma Imagem, Muitas Histórias

O Embaixador Fotográfico do ESO, Babak Tafreshi, capturou esta bela imagem do céu por cima do Observatório do Paranal do ESO, juntamente com um tesouro de objetos do céu profundo.

O mais proeminente destes objetos é a Nebulosa Carina, que brilha intensamente em vermelho no meio da imagem. A Nebulosa Carina está a cerca de 7500 anos-luz de distância e situa-se na constelação de Carina. Esta nuvem de gás e poeira brilhante é a nebulosa mais brilhante do céu e contém várias das estrelas mais brilhantes e de maior massa conhecidas na Via Láctea como, por exemplo, a Eta Carinae. A Nebulosa Carina é uma amostra perfeita que os astrônomos usam para descobrir os mistérios da formação e morte violentas das estrelas de grande massa. Para algumas imagens bonitas e recentes da Nebulosa Carina obtidas pelo ESO, veja eso1208, eso1145 e eso1031.

Por baixo da Nebulosa Carina, podemos observar o Aglomerado Poço dos Desejos (NGC 3532). Este aglomerado aberto de estrelas jovens obteve este nome porque, visto através de um telescópio, parece-se com um punhado de moedas prateadas a cintilar no fundo de um poço dos desejos. Mais à direita, encontramos a Nebulosa Lambda Centauri (IC 2944), uma nuvem de hidrogênio brilhante e estrelas recém nascidas, também chamada a Nebulosa da Galinha Fugitiva, devido à forma de pássaro que algumas pessoas vêem na sua região mais brilhante (ver eso1135). Por cima e ligeiramente à esquerda desta nebulosa, temos as Pleiades do Sul (IC 2632), um aglomerado estelar aberto semelhante ao seu homônimo setentrional mais familiar.

Em primeiro plano, podemos ver três dos quatro Telescópios Auxiliares (ATs, sigla do inglês) do Interferômetro do Very Large Telescope (VLTI). Usando o VLTI, os ATs – ou os telescópios individuais de 8,2 metros do VLT – podem ser utilizados em conjunto como se de um único telescópio gigante se tratassem, o qual pode observar com muito mais detalhe do que o que seria possível com os telescópios individuais. O VLTI foi já utilizado numa enorme quantidade de trabalhos, incluindo o estudo de discos circunstelares em torno de estrelas jovens e o estudo de núcleos ativos de galáxias, um dos fenômenos mais energéticos e misteriosos do Universo.

Fonte:

http://www.eso.org/public/brazil/images/potw1246a/

Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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