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Uma Análise de Todas as Imagens Já Feitas da Terra Desde a ISS

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observatory_150105Desde a primeira missão da Estação Espacial Internacional a mais de 12 anos atrás, milhões de fotos foram feitas pelos astronautas olhando a Terra a 4 centenas de quilômetros de altura. Quase todas as imagens foram arquivadas nos servidores da NASA. Esses arquivos podem ser baixados onde vocês terão acesso a 1129177 imagens feitas desde a ISS, esses arquivos podem ser acessados aqui: http://natronics.github.com/ISS-photo-locations/.

A maior parte das fotos foram feitas da terra. Linhas de costa, ilhas e cidades parecem ser os alvos mais populares dos astronautas. Isso faz sentido, fotos de nuvens sobre um oceano vazio ficam comuns demais muito rapidamente. Temos certeza, por exemplo, que cada astronauta que lá esteve fez no mínimo uma imagem da cidade onde cresceu, ou onde nasceu.

Esse emaranhado de dados pode ser analisado. Por exemplo, vamos dividir os pontos, por missão. Será que existe algum padrão? O mapa abaixo mostra cada missão com uma cor diferente.

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O mapa acima claramente é dominado pela cor roxa, azul clara e verde com um pouco de amarelo. Pode-se também notar que os pontos em roxo descrevem quase que uma órbita ininterrupta enquanto que a maioria dos outros pontos aparecem de forma aleatória. Isso acontece pois, durante a missão ISS 30/31, Don Pettit fez dezenas de sequências em time lapse, cada sequência dessa com centenas de imagens feitas durante órbitas contínuas da ISS (veja o vídeo ao final desse post). De fato ele é responsável por quase metade das imagens já feitas da órbita. Veja a tabela abaixo com o número de imagens feitas por cada missão.

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Uma coisa mais que pode ser feita é adicionar um mapa por baixo das órbitas para vermos onde cada imagem foi feita.

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Nesse mapa podemos ver que a ISS se mantém entre as latitudes de 50? e de -50? enquanto orbita a Terra. A inclinação da órbita da ISS é de fato 51.6?. Essa é a maior inclinação possível para que ela possa se comunicar com as estações terrestres na Rússia, e é ao mesmo tempo baixa o suficiente para que os veículos lançados do EUA possam alcançá-la.

Como é difícil ver as cores sobrepostas ao mapa da imagem acima, abaixo uma coleção de mapas com as fotos por cada missão separadamente.

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A repentina explosão de imagens durante a ISS 30 é bem evidente aqui. Esses mapas mostram também que os famosos time lapses começaram mesmo a ficar famosos a partir da ISS 28.

Isso é apenas uma amostra do que os dados da NASA podem oferecer. Se você estiver interessado em se envolver em análises como essa dê uma olhada nos dados da nasa.org, http://spaceappschallenge.org/, http://spacehack.org/, e claro faça o download do conjunto de dados.

The ISS Image Frontier – “Making the invisible visible” from Christoph Malin on Vimeo.

Fonte:

http://natronics.github.com/ISS-photo-locations/

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Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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