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Um Problema de Espessura na Lua

Mesmo quando uma sobreposição de dados não dá certo para provar o que desejamos, as vezes esse processo revela coisas interessantes que não tínhamos ainda pensado ou observado. Isso acontece com tudo que envolve a integração de dados e não seria diferente na Lua. Quando um pesquisador sobrepôs um mapa de espessura global para ver se observava afinamentos na Bacia Timoris, o que ele notou na verdade foram certas estranhezas na região do Mare Tranquilitatis e então processou o dado gerando essa imagem oblíqua para que se pudesse ter um melhor entendimento. O Mare Tranquilitatis é estranho pois é grosseiramente arredondado e preenchido com lava – duas características das bacias de impacto. Exceto mapas de topo mostram que o lado leste da bacia (esquerda) é relativamente mais alto e tem ali uma óbvia estrutura de bacia. E esse mapa crustal – onde azul significa crosta fina e roxo mais fina e verde mais espessa – imita a topografia. O arco oeste do mar tem uma crosta fina, com um maior afinamento em Lamont – talvez é verdade que seja uma pequena bacia enterrada. As partes central e leste do Mare Tranqulitatis tem espessuras similares a algumas áreas de planalto – aparentemente nunca existiu uma bacia por ali. E ainda essas partes são ligeiramente mais baixas e com lavas de mar – será que originadas dos cumes vulcânicos próximos à Falha Cauchy? – cobertas. Nossos modelos simples de uma crosta que é mais fina e de elevações que são menores, somente para bacias de impacto podem deixar de fora processos que ainda não tenham sido descobertos.

Fonte:

http://lpod.wikispaces.com/February+13,+2011

 

Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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