fbpx

Um Mundo Em Chamas

O mundo está em chamas. Isso pelo menos é o que mostra essa imagem tirada do projeto/site Worldview da NASA. Os pontos vermelhos sobrepostos à imagem da Terra indicam áreas que possuem incêndios. A África parece concentrar a maior parte dos incêndios. Isso pode ser pelo fato que esses incêndios são provavelmente provocados para o cultivo de determinadas culturas no solo. A localização, a abrangência e o número  de incêndios, sugere que eles foram feitos deliberadamente para ajudar no manejo da terra. Os fazendeiros normalmente usam incêndios para retornar os nutrientes para o solo e para limpar o terreno de plantas não desejáveis. Enquanto o incêndio ajuda a melhorar as plantações e o pasto, ele também produz fumaça que degrada a qualidade do ar.

Na América do Norte, a maior parte dos incêndios são naturais. Na América do Sul, especialmente no Chile, existe uma grande quantidade de incêndios naturais durante o ano. Um estudo conduzido pela Universidade Estadual de Montana, descobriu, que: “Além da baixa umidade, os ventos altos e as temperaturas extremas, que  são alguns fatores que contribuem para que os incêndios se espalhem pelo Estados Unidos, na porção central do Chile é experimentada uma grande seca e  uma boa parte da floresta nativa e diversa foi convertida em plantações de árvores, inflamáveis”. Mais sobre esse estudo pode ser encontrado em:

https://phys.org/news/2018-08-massive-south-central-chile.html#jCp

Contudo, no Brasil, os incêndios são tanto naturais como feitos pelo homem para limpar as plantações de detritos indesejáveis da última colheita. Os incêndios são também normalmente usados durante o período de seca no Brasil para o desflorestamento e para a limpeza do terreno. O problema com esses incêndios é que eles crescem sem controle devido a questões climáticas. Condições de temperatura quente, e tempo seco, junto com ventos, fazem com que os incêndios se espalhem bem além da área desejada. De acordo com o Global Fire Watch, 30964 alertas de incêndio foram emitidos.

A Austrália também é um lugar onde você pode encontrar grandes incêndios em áreas remotas. Os verões mais quentes e mais secos na Austrália, significa estações de incêndios mais longas, e o crescimento urbano descontrolado também coloca em risco as pessoas. Para grandes áreas no norte e no oeste, a estação de incêndios durou dois meses até Agosto de 2018. De acordo com o Australian Bureau of Meteorology, ou Bom, o período de Janeiro a Julho de 2018 foi o mais quente na região, desde 1910. À medida que o clima continua mudando e as áreas tornam-se mais quentes e mais secas, cada vez mais incêndios extremos ocorrerão no continente australiano.

O aplicativo Earth Observing System Data and Information System Worldview, ou EOSDIS da NASA fornece a capacidade de interativamente gerenciar  mais de 700 imagens de satélites globais que podem ser utilizadas como camadas para montar uma representação desejada. Muitas das imagens são atualizadas a cada 3 horas de observação, essencialmente mostrando a Terra, como ela está no momento. Essa imagem de satélite foi coletada no dia 22 de Agosto de 2018. Os incêndios ativos, detectados pelas faixas térmicas, são mostrados como pontos vermelhos.

Cortesia da Imagem: Image Courtesy: NASA Worldview, Earth Observing System Data and Information System (EOSDIS).

Testo: Lynn Jenner with information from Global Fire WatchAustralian Bureau of Meteorology, and Phys.org

Para ver a imagem no próprio aplicativo, Worldview:

https://go.nasa.gov/2BRck1Z

Fonte:

https://www.nasa.gov/image-feature/goddard/2018/a-world-on-fire

Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

Veja todos os posts

Arquivo