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Um Estudo Sobre o Interior da Cratera Humboldt

Já vimos aqui que a Cratera Humboldt é um local cheio de complexidades na Lua (http://cienctec.com.br/wordpress/?p=8570) ao estudarmos uma imagem oblíqua feita da Terra. Hoje estamos aqui mostrando um mosaico gerado a partir dos dados da Lunar Reconnaissance Orbiter através da sua Wide Angle Camera. Aqui podemos ver coisas que não sabíamos antes. No link acima, pode-se ver que a cratera Humboldt apresenta um ponto em que parece que ela se sobrepôs a uma cratera pré-existente esse mesmo ponto se apresenta também nessa imagem à direita na imagem. Não se sabe se é mesmo uma outra cratera, mas é algo estranho, é uma parte relativamente suave que aparece no meio de uma região cheia de cadeias e bem mais rugosa. Outra cratera menor que foi truncada pela formação da Humboldt aparece no canto inferior esquerdo, é impressionante como essa cratera pode estar aí ainda, ou seja, como ela sobreviveu à formação da gigantesca Humboldt, uma cratera de 190 km de diâmetro. É possível também notar nessa imagem que o interior da Humboldt é preenchido com um material escuro de mar. Como o material prateado de mar que é encontrado no interior da Bacia Orientale, esse material aqui está localizado dentro das maiores falhas nas paredes da cratera. Esses depósitos escuros também enterraram os canais, isso nos mostra que as erupções de lava aconteceram depois que os canais se formaram. Esses canais são feições marcantes, eles têm um padrão tanto concêntrico como radial, mas a topografia não confirma o domo no interior. Muitos dos canais são compostos de buracos espaçados e fechados, aparentemente eles colapsaram nas parte vazias, seriam tubos de lava? O canal no lado esquerdo é também marcante – ele tem pequenos segmentos que se juntam em ângulos retos. Eles têm claramente uma origem tectônica. E finalmente, a bela cratera concêntrica no meio de toda essa atividade vulcânica e tectônica parece implicar que o vulcanismo está relacionado com essa formação. A presença de crateras próximas de diâmetros um pouco maiores e menores faz com que seja improvável que essa parte interna se formou pela interação do impacto com uma camada enterrada.

Fonte:

http://lpod.wikispaces.com/February+16,+2011

Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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