fbpx

Um Campo de Vulcão Monogenético, ou MVF, na Lua

A Lua possui vastas planícies de lavas vulcânicas, os mares, mas possui poucas montanhas vulcânicas. A Terra, por exemplo, tem uma diversidade vulcanológica muito maior, mas tentar observar os vulcões lunares pode-se tornar uma tarefa ao mesmo desafiadora e muito divertida. Os domos são os vulcões lunares mais bem conhecidos, e um caçador de vulcões lunares sempre deve incluir em sua lista o Arago, Hortensius e o Kies. Existem ainda raros vulcões íngremes como o Mairan T que são pequenos e difíceis de serem observados, mas que também devem ser incluídos nessa lista. Na Lua, porém, os vulcões que mais se parecem com os vulcões terrestres talvez sejam aqueles localizados na Marius Hills e que são muito similares aos chamados campos vulcânicos monogenéticos. A Marius Hills contém cerca de 300 pequenos cones, que são quase que únicos na Lua, certamente devido a alta concentração nesse ponto. Alguns dos cones têm um talude suave mas a maior parte deles possuem taludes íngremes e cobertos com o que parece espectrocopicamente cinza vulcânica. Alguns canais de lava cortam através e parcialmente ao redor desse campo vulcânico, lavas essas que, podem ser vistas na parte superior da imagem acima, e que construíram montanhas baixas e largas que aglomeram cones. Isso é muito similar em diversos aspectos, centenas de cones, poucos domos, canais de lava e base de fluxo de lava, com os MVFs observados na Terra, especificamente ao Campo Vulcânico de San Francisco ao norte de Flagstaff no Arizona. Uma das coisas que o mapeamento de campo tem mostrado sobre os cerca de 700 cones nessa região é que eles não entraram em erupção ao mesmo tempo, existe uma progressão de idade de oeste para leste, de aproximadamente 6 milhões de anos para mil anos de idade. Essa mesma interpretação, provavelmente pode também ser usada na Marius Hills da Lua.

Fonte:

https://lpod.wikispaces.com/June+2%2C+2012

Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

Veja todos os posts

Arquivo