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22 de dezembro de 2024

Transbordamento de Rocha Derretida na Lua

Grandes impactos são eventos catastróficos para a área onde ocorrem. Além das imensas crateras que são deixadas para trás, os impactos aquecem porções da crosta a temperaturas tão altas que as rochas derretem e fluem como lava. Essa rocha derretida desce as colinas e montanhas, esfria e se solidifica, deixando para trás um belo rastro que também podem ser registrados em imagens.

O transbordamento da rocha derretida pelo impacto é varrido para longe do anel da cratera Necho. Imagem NAC M119041553, largura da imagem de 540 m. Crédito: NASA/GSFC/Arizona State University.

Essa primeira imagem acima é uma visão mais vasta realizada fora do anel da Cratera Necho (a visão detalhada na primeira imagem está no canto superior direito). Quase tudo observado nessa imagem está coberto por rocha derretida durante o impacto, que fluiu da cratera, e se concentrou em pequenos baixo topográficos, que aparecem aqui suaves lagos congelados. O que indica que isso deve ter acontecido pouco tempo depois da cratera ter se formado.

Visão WAC monocromática da Cratera Necho de 30 km. A rocha derretida pelo impacto concentra-se fora da porção nordeste do anel, a localização aproximada da visão detalhada NAC é indicada pela seta. Crédito: NASA/GSFC/Arizona State University.

Rochas derretidas pelo impacto possuem um papel fundamental no nosso entendimento de quando as coisas aconteceram na Lua. A medida que a rocha se derrete e então esfria e se reconstrói, seu relógio interno radiométrico é reiniciado. Coletando uma amostra dessa rocha derretida pelo impacto os cientistas podem precisamente determinar quando a cratera se formou. A partir do momento que os raios das crateras se afastam dela a longas distâncias é possível determinar a idade relativa dos raios, do material que recobre os raios e dos raios que cruzam outros raios. Amostrando algumas crateras os cientistas poderiam facilmente revelar a cronologia absoluta de alguns do eventos chaves que aconteceram na Lua nos últimos bilhões de anos – um período de tempo que não foi muito bem amostrado durante os anos da missão Apollo. As amostras que retornaram com as missões são de fundamental prioridade para a exploração lunar, e a datação absoluta é somente uma das razões.

Fonte:

http://spacefellowship.com/news/art21549/a-molten-flood.html

Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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