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TESS OBSERVA ESTRELA SENDO DESTRUÍDA POR BURACO NEGRO | SPACE TODAY TV EP1968

Os buracos negros como todos já sabem nessa altura do campeonato são objetos que não emitem luz e por isso difíceis de serem detectados.

Porém, existem determinados eventos que acontecem que nos dão pistas da sua existência.

Um desses eventos é a geração de ondas gravitacionais, que indicam a fusão de buracos negros de massa estelar, outro evento é o processo de alimentação pelo qual o buraco negro passa, com a emissão de radiação em raios-X, o que normalmente acontece no centro de galáxias grandes.

A formação direta de um buraco negro através de uma explosão de supernova, num momento existia ali uma estrela, depois não existia mais nada.

E tem um outro evento espetacular, que é chamado de Evento de Ruptura de Maré, nesse evento, uma estrela ao passar perto de um buraco negro é despedaçada e sua poeira e gás se transformam num disco de acreção ao redor do buraco negro.

Esse evento é extremamente raro de acontecer no universo, numa galáxia do tamanho da via Láctea, ele acontece a cada 10000 ou 100000 anos.

E até hoje os astrônomos só detectaram 40 desses eventos.

Mas, tem dia que a sorte está do lado dos astrônomos.

A missão TESS da NASA é uma missão voltada para estudar exoplanetas que passam na frente de suas estrelas, porém, ela vasculha setores do céu em determinados períodos de tempo.

Nesse setor do céu existem muitas estrelas, tanto da nossa galáxia como estrelas distantes de outras galáxias, outras galáxias e muitos outros objetos.

Então, no dia 29 de Janeiro de 2019, um projeto conhecido como ASAS-SN, que usa cerca de 20 telescópios robôs para vasculhar o céu, descobriu um evento, o ASAS-SN-19bt.

Nesse período , a TESS estava observando o mesmo setor do céu onde aconteceu o evento, e quando os astrônomos pegaram os dados da TESS eles descobriram que a missão havia detectado o evento uma semana antes, em 21 de Janeiro de 2019.

Assim que os dados da TESS foram analisados os astrônomos puderam notar que era possível ver a luz bem perto do buraco negro, muito mais perto do que já tinha se visto até então.

E o evento foi logo caracterizado como um Evento de Ruptura de Maré.

Pela análise da luz, os astrônomos conseguiram descobrir que esse evento não era um outra explosão, ou uma supernova.

Conseguiram detectar a galáxia, que está localizada a 375 milhões de anps-luz de distância da Terra, e calcular a massa do buraco negro supermassivo em 6 milhões de vezes a massa do Sol.

Além da TESS vários outros observatórios estudaram o evento, e descobriu-se que a estrela teve uma queda de temperatura de 40 mil para 20 mil graus Celsius, uma queda de 50% nunca antes observada.

E a estrela destruída pode ter o tamanho do nosso Sol.

Os astrônomos esperam agora que observando o lado norte do céu, eles possam ter a mesma sorte com a TESS e detectar outro evento de ruptura de maré.

Mais um vídeo para a BlackHoleWeek!!!

Fontes:

https://www.nasa.gov/feature/goddard/2019/nasa-s-tess-mission-spots-its-1st-star-shredding-black-hole

https://arxiv.org/pdf/1904.09293.pdf

#TESS #BuracoNegro #EstrelaDestruída

Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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