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TESS Descobre Seu Primeiro Exoplaneta Localizado No Disco Espesso da Via Láctea

Os astrônomos usaram a missão TESS da NASA e descobriram um exoplaneta orbitando a estrela LHS 1815, uma estrela localizada no chamado disco espesso da Via Láctea.

As teorias atuais postulam que a Via Láctea é feita de alguns componentes, um disco fino, um disco espesso, um halo e um bulbo.

As estrelas na vizinhança do Sol estão localizadas no disco galáctico, com uma pequena fração no halo da Via Láctea.

Até o momento, mais de 4000 exoplanetas foram detectados, porém, poucos exoplanetas conhecidos apresentam feições do disco espesso.

A diferença na formação e evolução de um planeta localizado no disco fino e no disco espesso da Via Láctea ainda é um mistério.

O exoplaneta recém-descoberto, denominado de LHS 1815b, é o primeiro exoplaneta encontrado no disco espesso da Via Láctea pela missão TESS.

Os astrônomos confirmaram que o exoplaneta está localizado no disco espesso, com base na informação da sua cinemática.

Em geral, estrelas do disco espesso, são cinematicamente mais quentes do que as estrelas localizadas no disco fino da galáxia.

A LHS 1815 é uma estrela brilhante e tranquila, classificada como sendo uma anã do Tipo-M1, localizada a cerca de 97.4 anos-luz de distância da Terra.

Também conhecida como MASS J06042035-5518468, ou TIC 260004324, ou ainda TOI 704, a estrela tem metade do tamanho e da massa do Sol.

O LHS 1815b orbita a sua estrela uma vez a cada 3.2 dias, a uma distância de apenas 0.04 UA.

O exoplaneta é cerca de 1.1 vezes maior que a Terra e 4.2 vezes mais massivo que o nosso planeta. E a temperatura do planeta é de cerca de 344 graus Celsius.

A validação do planeta veio por meio da combinação do uso de técnicas de espectroscopia, fotometria e imageamento, feita por telescópios espaciais e telescópios em Terra.

Estudos futuros da estrutura interior e das propriedades atmosféricas dos planetas em sistemas como esses usando, por exemplo, o Telescópio Espacial James Webb, podem investigar as diferenças na eficiência da formação e na evolução de sistemas planetárias entre os diferentes componentes da galáxia, ou seja, o disco fino e espesso e o halo.

Fonte:

http://www.sci-news.com/astronomy/tess-thick-disk-exoplanet-08275.html

Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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