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Terrenos Escuros e Brilhantes São Observados na Região de Phoenicis Lacus em Marte

A Região de Phoenicis Lacus em Marte.

Todo mundo diz que não pode se julgar um livro pela capa, mas com os planetas do Sistema Solar, a primeira impressão conta muito. Novas imagens mostram onde linhas de falhas complexas na região de Phoenicis Lacus em Marte resultaram em um terreno com uma aparência contrastante e distinta.

Astrônomos do século dezenove foram os primeiros a observar a Phoenicis Lacus em Marte. Eles a identificaram como uma mancha negra, e pensavam que era algo semelhante a um oceano. Agora nós sabemos que ela não é um corpo de água mas sim uma extensão para sudoeste do complexo sistema Noctis Labyrinthus, que se estira a partir da região de vulcões gigantes de Marte chamada de Tharsis.

O brilho de uma feição na superfície ainda é a primeira coisa que os astrônomos planetários observam. Esse brilho é conhecido como albedo e é parcialmente determinado pela composição do material que está em superfície. Por exemplo, gelo é mais refletivo do que uma rocha. A textura da superfície também tem papel importante, com as superfícies rugosas refletindo menos luz solar e aparecendo mais escura do que superfícies suaves.

A região de Phoenicis Lacus no contexto regional.
Elevação da região de Phoenicis Lacus.

Phoenicis Lacus tem uma área de 8100 quilômetros quadrados (59.5 x 136 km), que corresponde ao tamanho da Córsega. Somente uma pequena porção dela aparece nas imagens, que foram obtidas em 31 de Julho de 2010 usando a High Resolution Stereo Camera (HRSC) da sonda Mars Express da ESA.

Vista em perspectiva da região de Phoenicis Lacus.

A região de Phoenicis Lacus foi formada pelo soerguimento do platô Tharsis. Os episódios contínuos de forte atividade vulcânica em Tharsis não somente levantou o platô, mas também deformou a região de Phoenicis Lacus, criando blocos e múltiplas linhas de falhas com diferentes orientações. Extensões também agiram nessa região dando a ela uma paisagem característica de penhascos e vales ou geologicamente falando horst e graben.

Uma proeminente feição de colapso na região também é visível. Ela se mostra como uma cava longa e que se afunda até uma profundidade de aproximadamente 3 km abaixo das planícies ao redor. Suas paredes fornecem uma observação das extensivas camadas de basaltos e pequenos campos de dunas de areias que cobrem o terreno.

Visão em perspectiva da região de Phoenicis Lacus.
Feições presentes na região de Phoenicis Lacus.

Uma cratera de impacto pode ser vista no lado esquerdo da imagem, ela foi alongada durante a dispersão do graben e evoluiu de uma forma circular para uma forma elíptica.

A outra grande estrutura em forma de taça nesta imagem não apresenta anéis distintos como crateras de impacto, então elas são provavelmente estruturas colapsadas.

Phoenicis Lacus em alta resolução.
A região de Phoenicis Lacus em 3D.

Fonte:

http://www.esa.int/esaCP/SEMYQ1DR5GG_index_0.html

Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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