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23 de dezembro de 2024

Terremotos Concomitantes Com A Erupção do Vesúvio Aumentaram a Destruição Em Pompeia

A erupção do Monte Vesúvio em 79CE é um dos eventos vulcânicos mais catastróficos e bem documentados da história antiga. A cidade de Pompeia, localizada nas proximidades do vulcão, foi completamente soterrada por cinzas vulcânicas e materiais piroclásticos, preservando um instantâneo trágico da vida romana. Tradicionalmente, a destruição de Pompeia e a morte de seus habitantes têm sido atribuídas principalmente às consequências diretas da erupção, como a queda de cinzas e a exposição a gases tóxicos e calor extremo.

No entanto, uma nova pesquisa sugere que essa narrativa pode estar incompleta. Recentemente, uma equipe interdisciplinar de vulcanologistas, geólogos e antropólogos, liderada por pesquisadores do Istituto Nazionale di Geofisica e Vulcanologia (INGV) e do Parque Arqueológico de Pompeia, trouxe à luz evidências de que terremotos concomitantes à erupção desempenharam um papel significativo na devastação da cidade. Esta descoberta foi possível graças à análise de dois esqueletos recém-descobertos, cujas lesões indicam que suas mortes foram causadas pelo colapso de estruturas, possivelmente desencadeado por abalos sísmicos.

Quase 2.000 anos atrás, Plínio, o Jovem, escreveu cartas detalhando o evento catastrófico, mencionando a terra tremendo enquanto o Vesúvio entrava em erupção. Essas descrições históricas, agora corroboradas por evidências científicas, sugerem que os terremotos não apenas acompanharam a erupção, mas também exacerbaram seus efeitos destrutivos. A pesquisa, publicada na revista Frontiers in Earth Science, é a primeira a abordar de maneira abrangente os efeitos dos terremotos que ocorreram simultaneamente com a erupção vulcânica.

Dr. Domenico Sparice, vulcanologista do INGV-Osservatorio Vesuviano e autor principal do estudo, compara a complexidade dessa investigação a um quebra-cabeça, onde todas as peças devem se encaixar para revelar a imagem completa. Segundo Sparice, a sismicidade durante a erupção teve um papel significativo na destruição de Pompeia e possivelmente influenciou as decisões dos habitantes que enfrentaram uma morte inevitável. A identificação precisa das relações de causa e efeito entre os fenômenos vulcânicos e sísmicos é crucial para reconstruir a interação entre esses eventos e seus impactos em edificações e seres humanos.

Essa nova perspectiva não apenas enriquece nossa compreensão sobre a tragédia de Pompeia, mas também destaca a importância de considerar múltiplos fatores ao estudar desastres naturais históricos. A combinação de erupções vulcânicas e terremotos apresenta um desafio único para os pesquisadores, exigindo uma abordagem meticulosa para discernir os efeitos de cada fenômeno. À medida que avançamos no estudo dessas catástrofes, a integração de diferentes disciplinas científicas se mostra essencial para desvendar os mistérios do passado e preparar-nos melhor para eventos futuros.

Em um estudo colaborativo recente, pesquisadores do Istituto Nazionale di Geofisica e Vulcanologia (INGV) e do Parque Arqueológico de Pompeia uniram forças para explorar uma nova dimensão da catástrofe que assolou Pompeia em 79CE. Tradicionalmente, a destruição da cidade foi atribuída quase exclusivamente aos efeitos diretos da erupção do Monte Vesúvio, como a queda de cinzas e a liberação de gases tóxicos. No entanto, esta nova pesquisa sugere que os terremotos concomitantes desempenharam um papel igualmente devastador.

Os pesquisadores focaram sua atenção em dois esqueletos recentemente descobertos durante as escavações na ‘Casa dei Pittori al Lavoro’. A análise detalhada dessas descobertas revelou que as mortes desses indivíduos foram causadas por colapsos de paredes, desencadeados por terremotos que ocorreram simultaneamente à erupção. Esta conclusão foi alcançada através de uma meticulosa investigação das características estruturais dos edifícios colapsados e das lesões encontradas nos esqueletos.

O estudo, liderado pelo Dr. Domenico Sparice, vulcanologista do INGV-Osservatorio Vesuviano, é pioneiro na abordagem das complexidades envolvidas em relatar os efeitos de terremotos que ocorrem simultaneamente a erupções vulcânicas. A equipe enfrentou o desafio de distinguir entre os danos causados por fenômenos vulcânicos e os resultantes de atividades sísmicas, uma tarefa complicada pela possibilidade de esses eventos ocorrerem em rápida sucessão.

Durante as escavações, os pesquisadores notaram peculiaridades nos edifícios colapsados que não se alinhavam com os efeitos vulcânicos descritos na literatura existente sobre Pompeia. Isso levou à hipótese de que terremotos também contribuíram significativamente para a destruição. A descoberta de dois esqueletos com fraturas e traumas severos reforçou essa teoria, motivando os pesquisadores a investigar mais a fundo.

Os esqueletos pertenciam a dois homens, ambos com cerca de 50 anos de idade. A posição dos corpos sugeria que o ‘indivíduo 1’ foi esmagado instantaneamente pelo colapso de um grande fragmento de parede, enquanto o ‘indivíduo 2’ pareceu tentar se proteger com um objeto de madeira, cujos vestígios foram encontrados nos depósitos vulcânicos. A ausência de sinais de morte por inalação de cinzas ou calor extremo indicava que ambos sobreviveram à fase inicial da erupção, apenas para serem vitimados pelos colapsos induzidos por terremotos durante uma pausa temporária na atividade eruptiva.

Essas descobertas fornecem uma nova perspectiva sobre a destruição de Pompeia, destacando a importância de considerar os efeitos combinados de erupções vulcânicas e terremotos. A pesquisa não só amplia nossa compreensão sobre os eventos de 79CE, mas também sublinha a complexidade das interações entre diferentes fenômenos naturais e seus impactos catastróficos.

A erupção do Vesúvio em 79CE é frequentemente lembrada por suas consequências devastadoras, principalmente devido à queda de cinzas vulcânicas e fluxos piroclásticos que soterraram a cidade de Pompeia. No entanto, a recente pesquisa colaborativa entre o Istituto Nazionale di Geofisica e Vulcanologia (INGV) e o Parque Arqueológico de Pompeia trouxe à tona uma nova dimensão dessa catástrofe: a ocorrência simultânea de terremotos que exacerbaram a destruição. Esta análise científica detalha os efeitos combinados de erupções vulcânicas e terremotos, destacando a complexidade de distinguir entre os danos causados por esses fenômenos naturais.

A metodologia adotada pelos pesquisadores envolveu uma análise meticulosa de esqueletos recém-descobertos e das estruturas colapsadas em Pompeia. Durante as escavações na ‘Casa dei Pittori al Lavoro’, os cientistas notaram características peculiares nos edifícios desmoronados que não se alinhavam com os efeitos vulcânicos descritos na literatura. A descoberta de dois esqueletos com fraturas severas e lesões traumáticas motivou uma investigação mais aprofundada sobre a causa dessas mortes.

Os resultados indicam que os terremotos desempenharam um papel significativo na destruição de Pompeia. Dr. Domenico Sparice, vulcanologista do INGV-Osservatorio Vesuviano e autor principal do estudo publicado na Frontiers in Earth Science, comparou a complexidade desses eventos a um quebra-cabeça, onde todas as peças devem se encaixar para revelar a imagem completa. A equipe concluiu que a atividade sísmica durante a erupção foi responsável por muitos dos colapsos estruturais que resultaram em mortes imediatas.

Um exemplo específico é o caso dos dois esqueletos masculinos, ambos com cerca de 50 anos de idade. ‘Indivíduo 1’ foi esmagado instantaneamente pelo colapso de um grande fragmento de parede, enquanto ‘Indivíduo 2’ parece ter tentado se proteger com um objeto de madeira, cujos vestígios foram encontrados nos depósitos vulcânicos. A posição dos corpos sobre a camada de lapilli, em vez de sob ela, sugere que ambos sobreviveram à fase inicial da erupção e foram posteriormente vítimas dos colapsos induzidos pelos terremotos.

Essa descoberta sublinha a complexidade de distinguir entre os danos causados por erupções vulcânicas e terremotos. As evidências apontam para uma interação dinâmica entre esses fenômenos, onde os efeitos sísmicos podem ser facilmente ofuscados pelos impactos vulcânicos mais visíveis. Dr. Fabrizio Galadini, geólogo e coautor do estudo, enfatizou a importância de reconhecer corretamente as relações de causa e efeito para reconstruir a interação entre fenômenos vulcânicos e sísmicos e seus impactos em edificações e seres humanos.

Portanto, a análise científica desta pesquisa não apenas amplia nossa compreensão sobre os eventos que levaram à destruição de Pompeia, mas também destaca a necessidade de estudos multidisciplinares para desvendar a complexidade das catástrofes naturais. A integração de dados vulcanológicos, sismológicos e arqueológicos é crucial para uma reconstrução precisa dos eventos históricos e para a preparação para futuros desastres naturais.

As recentes descobertas sobre a destruição de Pompeia, reveladas pela colaboração entre o Istituto Nazionale di Geofisica e Vulcanologia (INGV) e o Parque Arqueológico de Pompeia, têm profundas implicações para a nossa compreensão histórica e científica da catástrofe de 79CE. A identificação de terremotos como um fator significativo na destruição da cidade não apenas amplia nosso conhecimento sobre os eventos daquele dia fatídico, mas também desafia as narrativas tradicionais que atribuíam a devastação exclusivamente à erupção vulcânica.

Essas descobertas ressaltam a complexidade dos desastres naturais e a necessidade de uma abordagem multidisciplinar para decifrar eventos históricos. A análise detalhada dos esqueletos e das estruturas colapsadas fornece evidências convincentes de que os terremotos desempenharam um papel crucial na destruição de Pompeia. A presença de fraturas e traumas severos nos esqueletos, juntamente com as características peculiares dos edifícios colapsados, sugere que muitos habitantes foram vítimas de desmoronamentos induzidos por terremotos, em vez de sucumbirem diretamente aos efeitos vulcânicos.

Essa nova perspectiva sobre a destruição de Pompeia também levanta questões importantes sobre a interação entre fenômenos vulcânicos e sísmicos. A distinção entre os danos causados por erupções e terremotos é uma tarefa complexa, pois esses eventos podem ocorrer simultaneamente ou em rápida sucessão, obscurecendo os efeitos individuais. A pesquisa conduzida pelo INGV e pelo Parque Arqueológico de Pompeia destaca a importância de reconhecer essas interações para uma compreensão mais completa dos desastres naturais.

Os exemplos específicos dos dois esqueletos encontrados, ambos homens de aproximadamente 50 anos, ilustram de maneira vívida os perigos enfrentados pelos habitantes de Pompeia. A posição dos corpos e as lesões observadas indicam que um dos indivíduos foi esmagado por um grande fragmento de parede, enquanto o outro tentou se proteger com um objeto de madeira. Esses detalhes fornecem uma visão íntima das escolhas desesperadas feitas pelos Pompeianos em seus momentos finais.

As implicações dessas descobertas vão além da arqueologia e da vulcanologia. Elas nos aproximam da experiência humana daqueles que viveram em Pompeia há quase 2.000 anos, oferecendo uma janela para as decisões críticas que determinaram a vida e a morte durante a catástrofe. A pesquisa contínua sobre esses eventos não apenas enriquece nosso entendimento histórico, mas também pode informar estratégias modernas de mitigação de desastres, ajudando a preparar melhor as comunidades para enfrentar ameaças naturais complexas.

Em conclusão, as novas descobertas sobre a destruição de Pompeia sublinham a importância de uma investigação científica rigorosa e colaborativa. Ao desvendar a interação entre terremotos e erupções vulcânicas, os pesquisadores não apenas reconstroem o passado com maior precisão, mas também contribuem para a segurança e resiliência futuras. A história de Pompeia, assim, continua a ser uma fonte inesgotável de aprendizado e inspiração para cientistas e historiadores.

Fonte:

https://www.frontiersin.org/news/2024/07/18/pompeii-skeleton-discovery-earthquake

Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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