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26 de dezembro de 2024

Terras Altas e Baixas, Taludes e Rugosidade, Novos Mapas Apresentam a Lua Com Diferentes Perspectivas

No mês de Março de 2011, a NASA lançou esses mapas que nos encorajam a ver a Lua a partir de um ponto de vista diferente. Os três círculos são orientados com uma perspectiva invulgar, com a cratera Tycho no centro e com o Mare Imbrium no topo das imagens. A cratera Tycho é mais facilmente identificada no mapa mais a direita como uma mancha vermelha, no mapa de topografia à esquerda ela aparece escura ao sul da Bacia do Polo Sul Aitken. Todos os mapas foram gerados com base nos dados do LOLA, o altímetro da sonda LRO que registrou pontos na Lua por mais de 6 bilhões de vezes sendo capaz então ao final desse trabalho de construir uma mapa topográfico de alta resolução da Lua, apresentado mais a esquerda. Nesse mapa é possível ver que os interiores das bacias são baixos (representados em azul) e os anéis das crateras são altos (representado em vermelho). O mapa do meio mostra o cálculo dos taludes feitos pelo altímetro. Esse mapa mostra que como esperado as regiões de mar (azul escuro) são regiões relativamente suaves e têm baixos taludes. De forma interessante, os taludes mais altos (em torno de 15? =- verde) ocorrem dentro da maior parte dos anéis das crateras, mesmo a cratera sendo velha ou jovem. A coloração vermelha mostra que muitas das crateras têm taludes com 25? a 30?, e embora esses taludes mais íngremes parecem prevalecer entre as crateras mais jovens, elas também ocorrem nos anéis de algumas das crateras mais velhas como a Schiller. O mapa à direita é mais interessante pois ele mostra algo que é muito óbvio: a rugosidade da superfície na escala de metros  – pode-se observar que o intervalo entre as cores preta e branca é de somente 4 metros. O interior da cratera Tycho é bem rugoso nas medidas de escala do LOLA, e as imagens de alta resolução como a mostrada abaixo explicam por que. Material de derretimento rico em texturas. Pelo fato da escala ser de metros a rugosidade aparece erodida com o passar dos tempos pelos impactos de menor escala, esse mapa de rugosidade poderia ser usado como base para classificar a idade relativa de todas as maiores crateras da Lua. O primeiro resultado é óbvio – nessa metade da Lua, a cratera Tycho é a mais rugosa e mais jovem cratera. Próximo ao topo da imagem pode-se observar a cratera Copernicus que tem poucas áreas em vermelho – aproximadamente 3 metros de rugosidade, mas a sua maior parte é amarela (2 metros). É difícil encontrar qualquer outro novo mapa que mostre a rugosidade e os taludes para o outro lado da Lua, não em alta resolução. De alguma forma, pode-se imaginar que esses dados estão disponíveis em algum lugar como um resultado dos mosaicos globais completos que podem ser mapeados nas esferas em rotação para se ter uma visão de alta resolução vertical de qualquer maneira.


Fonte:

http://lpod.wikispaces.com/April+7%2C+2011

 

Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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