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A Terra do Espaço – Uma Imagem Histórica

A costa oeste da África ao longo do Oceano Atlântico é mostrada na imagem acima, imagem que representa a primeira imagem feita pelo instrumento MERIS do satélite Envisat a aproximadamente uma década atrás.

Essa semana, o Envisat celebra dez anos em órbita. O Medium Resolution Imaging Spectrometer, ou MERIS, a bordo do satélite foi desenvolvido para medir a cor do mar nos oceanos e nas áreas costeiras, embora ele tenha sido usado para uma grande variedade de aplicações no decorrer dos anos.

O Envisat carrega dez sensores, coletando imagens e outros dados sobre a parte terrestre da Terra, oceanos, atmosfera, temperatura e cobertura de gelo.

O primeiro conjunto de dados do satélite em Março de 2002 foi adquirido via a estação de Kiruna na Suécia e processado no estabelecimento ESRIN da ESA na Itália e outros centros através da Europa.

Nessa primeira imagem do MERIS adquirida em 22 de Março de 2002, um deserto totalmente seco faz divisa direta com um oceano cheio de vida. Ao sul, uma alta concentração de fito plâncton foi detectada ao longo das costas do Senegal, de Gambia e Guiné-Bissau.

Os pequenos e unicelulares fitoplânctons têm um papel fundamental na cadeia alimentar marinha. Basicamente eles convertem a luz do Sol, e o dióxido de carbono e nutrientes em carboidratos, carboidratos esses que sustentam toda a vida no oceano.

Na maior parte dos oceanos da Terra, a concentração de fitoplâncton é extremamente baixa. Contudo, em algumas áreas específicas como a mostrada acima, o oceano se torna rico em minerais resultado da mistura das águas superficiais do oceano com as águas profundas.

As regiões de pesca mais importantes podem ser encontradas nessas áreas anômalas de concentração de fitoplâncton. Mudanças climáticas têm um efeito na intensidade e na posição geográfica dessas áreas, o que, por sua vez, tem importantes consequências para a indústria pesqueira e para aqueles que dependem dessa indústria.

O que também é evidente nessa imagem é a transição da terra seca do deserto na parte norte, passando para uma savana, e uma vegetação tropical no sul, região essa que recebe mais chuva. O MERIS pode monitorar o uso da terra que leva a um aumento da erosão e da perda de solo.

Fonte:

http://www.esa.int/esaEO/SEMXU95Y1ZG_index_0.html

Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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