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23 de novembro de 2024

Telescópio VLT Faz Imagens Incríveis de Duas Luas Congeladas de Júpiter

Essa imagem mostra duas das luas de Júpiter, as geladas Ganímedes e Europa, das quais o instrumento SPHERE, montado no Very Large Telescope do ESO, obteve imagens infravermelhas. Enquanto Europa é praticamente do tamanho da nossa Lua, Ganímedes é a maior lua de todo o Sistema Solar – maior até que o planeta Mercúrio!

As suas órbitas em torno de Júpiter são ligeiramente elípticas, por isso as luas aproximam-se e afastam-se do planeta à medida que o orbitam, o que faz com que estes objetos sejam esticados e comprimidos pela atração gravitacional de Júpiter a intervalos regulares. Este fenómeno dá origem a calor friccional, aquecendo o interior das luas e tornando-as, consequentemente, geologicamente ativas. Em particular, é provável que Europa tenha plumas ativas e geysers a brotar dos oceanos de água líquida que se encontram por baixo da espessa camada de gelo que cobre toda a sua superfície.

Graças a estas novas imagens e também espectros, foi possível realizarem-se estimativas das abundâncias de espécies químicas existentes à superfície destas luas, as quais foram publicadas em dois  estudos por Oliver King e Leigh N. Fletcher, da Universidade de Leicester no Reino Unido. Descobriu-se que as regiões brilhantes de Ganímedes são essencialmente constituídas por água sob a forma de gelo com evidências de vários sais e que se formaram mais recentemente do que as velhas áreas mais escuras, cuja composição permanece ainda um mistério.

Observar estas luas com telescópios colocados no solo é um desafio, já que estes objetos nos aparecem tão pequenos como moedas de 1 euro vistas a 3-5 km de distância. A atmosfera da Terra distorceria completamente estas imagens, mas o sistema de óptica adaptativa do SPHERE corrige estas distorções, fornecendo-nos imagens tão nítidas que podemos distinguir nelas detalhes minúsculos, com tamanhos que descem até aos 150 km.

Fonte:

https://www.eso.org/public/brazil/images/potw2241a/

https://arxiv.org/pdf/2209.01976.pdf

https://iopscience.iop.org/article/10.3847/PSJ/ac596d/pdf

Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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