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Telescópio Espacial Spitzer da NASA Registra Imagem do Cometa Schwassmann-Wachmann 1

O Telescópio Spitzer da NASA capturou uma imagem de um cometa incomum que experimenta frequentes explosões que produzem abruptas mudanças no seu brilho. O cometa periódico Schwassmann-Wachmann I (P/SW-1) tem uma órbita praticamente circular pouco além da órbita de Júpiter, com um período de 14.9 anos. Acredita-se que as explosões nascem do aumento da pressão do gás interno à medida que o calor emitido pelo sol vagorosamente evapora o dióxido de carbono e o monóxido de carbono congelado abaixo da crosta do núcleo do cometa. Quando a pressão interna excede a tensão da crosta sobreposta, uma ruptura ocorre, e uma explosão de fragmentos gás e poeira é ejetada no espaço a uma velocidade de 200 metros por segundo.

Essa imagem feita do cometa P/SW-1 no comprimento de onda de 24 mícron, foi obtida com o fotômetro de imagens multibanda. A imagem mostra emissões térmicas no infravermelho da coma empoeirada e da cauda do cometa. O núcleo do cometa tem aproximadamente 30 quilôometros de diâmetro e é muito pequeno para ser imageado pelo Spitzer. O tamanho micrométrico das partículas dos grãos de poeira na coma e na cauda geram uma corrente na direção oposta ao Sol. A poeira e o gás comprimi o núcleo do cometa que é formado do mesmo material primordial que formaram o Sol e os planetas a bilhões de anos atrás. As complexas moléculas ricas em carbono contidas nesse núcleo podem ter fornecido parte do material bruto de onde a vida se originou na Terra.

Acredita-se que o cometa Schwassmann-Wachmann 1, seja membro de uma classe relativamente nova de objetos chamados de “Centaurus” de onde se conhecem 45 objetos. Esses objetos são pequenos corpos congelados com órbitas entre Júpiter e Netuno. Os astrônomos acreditam que os Centaurus são objetos que escaparam recentemente do Cinturão de Kuiper, uma zona de pequenos corpos que orbitam em uma nuvem localizada numa parte distante do Sistema Solar.

Dois asteroides, o 1996 GM36 (a esquerda) e o 5238 Naozane (a direita) foram também registrados nessa imagem do cometa. Pelo fato deles estarem mais perto do Sol do que o cometa e terem uma velocidade orbital mais rápida, eles parecem se mover com relação ao cometa e as estrelas de fundo, produzindo uma aparência alongada. Os dados do Spitzer permitiram aos astrônomos usar medidas térmicas que reduzem as incertezas das medidas feitas com a luz visível devido ao albedo (refletividade) para determinar o tamanho dos objetos. Com raios de 1.4 e 3.0 quilômetros esses são os menores asteroides do cinturão principal medidos por meio de detectores infravermelhos.

Fonte:

http://www.spitzer.caltech.edu/images/1115-ssc2003-06j-Comet-Schwassmann-Wachmann-1

Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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