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Telescópio Espacial Spitzer da NASA Observa Estrelas Florescendo Nas Regiões Mais Distantes da Via Láctea

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observatory_150105Novas imagens feitas pelo Telescópio Espacial Spitzer da NASA mostram estrelas florescendo na nossa galáxia em territórios muito mais áridos e bem distantes do seu centro mais populoso.

As imagens são parte do projeto Galactic Legacy Infrared Mid-Plane Survey Extraordinaire (Glipse 360), que está mapeando a topografia celeste da nossa galáxia. O mapa e uma visão completa de 360 graus do plano da Via Láctea estarão disponíveis no final do ano de 2013. Qualquer um com um computador pode ver imagens do Glimpse e ajudar a catalogar as feições observadas.

Nós vivemos em uma coleção espiral de estrelas que é em grande parte achatada como um disco de vinil, mas que tem uma leve dobra. O nosso Sistema Solar está localizado a aproximadamente dois terços do centro da Via Láctea, no Braço de Orion, um desdobramento do Braço de Perseus. As observações infravermelhas do Spitzer estão permitindo que os pesquisadores possam mapear a forma da galáxia e a sua dobra com maior precisão.

Enquanto o Spitzer e outros telescópios têm criado mosaicos do plano da galáxia olhando na direção do seu centro antes, a região atrás de nós, com as estrelas mais esparsas e céus mais escuros têm ficado de lado.

“Nós as vezes chamamos esse de um país de passagem”, disse Barbara Whitney, uma astrônoma da Universidade de Wisconsin em Madison que usa o Spitzer para estudar as estrelas jovens. “Nós estamos descobrindo todos os tipos de novas formações de estrelas em áreas menos conhecidas das bordas externas da galáxia”.

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Whitney e seus colegas estão usando os dados para encontrar novos locais onde existam estrelas jovens. Por exemplo, eles registraram uma área perto de Canis Major com 30 ou mais jovens estrelas ejetando jatos de material, numa fase inicial de suas vidas. Além disso, os pesquisadores identificaram 163 regiões contendo esses jatos nos dados do Glipse 360, com algumas das estrelas jovens altamente concentradas em aglomerados e outras sozinhas.

Robert Benjamin lidera a equipe na Universidade de Wisconsin que usa o Spitzer para identificar de maneira cuidadosa as distâncias para as estrelas nas terras áridas da galáxia. Os astrônomos notaram uma distinta e rápida queda das gigantes vermelhas, um tipo de estrela mais velha, na borda da galáxia. Eles estão usando essa informação para mapear a estrutura da dobra no disco da galáxia.

“Com o Spitzer, nós podemos ver essas regiões externas da Via Láctea melhor do que antes”, disse Robert Benjamin da Universidade de Wisconsin, que apresentou os resultados na última quarta-feira durante o 222º encontro da Sociedade Astronômica Americana em Indianapolis. “Nós ainda esperamos que isso possa nos trazer mais surpresas”.

Graças aos instrumentos infravermelhos do Spitzer, os astrônomos estão capturando imagens melhoradas dessas terras estelares remotas. Os dados do Wide-field Infrared Survey Explorer (WISE) da NASA estão ajudando a preencher os vazios nas áreas em que o Spitzer não conseguiu obter dados. O WISE foi desenhado para pesquisar o céu como um todo duas vezes na luz infravermelha, completando o trabalho no começo de 2011, enquanto o Spitzer continua a pesquisar o céu infravermelho em maior detalhe. Os resultados estão ajudando a pintar uma bela imagem da nossa galáxia, preenchendo as áreas nas partes mais externas da nossa ilha no universo onde pouca informação é conhecida.

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O projeto Glimpse 360 já mapeou 130 graus do céu ao redor do centro galáctico. Quatro novas imagens de uma área longe do centro galáctico estão disponíveis online em: http://www.nasa.gov/mission_pages/spitzer/multimedia/index.html .

Membros do público continuam a pesquisar as imagens dos dados inicialmente lançados pelo Projeto Glimpse na busca de bolhas cósmicas indicativos de estrelas massivas, quentes. O conhecimento dos astrônomos de como as estrelas massivas influenciam a formação de outras estrelas está se beneficiando da atividade de ciência cidadã, chamada de The Milky Way Project. Até o momento, os voluntários identificaram múltiplas estruturas de bolhas em uma região de formação de estrela chamada de W39. O acompanhamento dos trabalhos pelos pesquisadores mostra que as bolhas menores foram geradas por bolhas maiores que foram esculpidas por estrelas massivas.

“Essa abordagem com o apoio do público realmente funciona”, disse Charles Kerton da Universidade do Estado de Iowa, em Ames, que também apresentou os resultados. “Nós estamos examinando mais das bolhas hierárquicas identificadas pelos voluntários para entender a prevalência da formação de estrelas desencadeadas na nossa galáxia”.

Para mais informações sobre o projeto da Via Láctea e para aprender como participar, visite: http://www.milkywayproject.org .

O Laboratório de Propulsão a Jato da NASA, em Pasadena, na Califórnia, gerencia o Telescópio Espacial Spitzer para o Science Mission Directorate da NASA em Washington. As operações científicas são conduzidas no Spitzer Science Center no Instituto de Tecnologia da Califórnia em Pasadena. Os dados estão arquivados no Infrared Science Archive hospedado no Infrared Processing and Analysis Center no Caltech. O Caltech gerencia o JPL para a NASA. Para mais informações sobre o Spitzer visitem: http://spitzer.caltech.edu e http://www.nasa.gov/spitzer .

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Fonte:

http://www.nasa.gov/mission_pages/spitzer/news/spitzer20130605.html

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Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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