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22 de novembro de 2024

Telescópio Espacial Hubble Observa Supernova 1987A Acender Novamente

Em 1987, a luz de uma estrela que explodiu em uma galáxia vizinha à Via Láctea, a Grande Nuvem de Magalhães, chegou na Terra. Denominada de Supernova 1987A, ela foi a explosão mais próxima da Terra testemunhada em quase 400 anos, permitindo assim que os astrônomos estudassem o seu desenvolvimento com detalhes nunca antes possíveis.

Agora, uma equipe de astrônomos anunciou que os detritos da supernova, que estavam apagados por anos estão brilhando novamente. Isso mostra que uma fonte de força diferente começou a iluminar esses detritos e esse evento está marcando a transição de supernova para remanescente de supernova.

“A Supernova 1987A está se tornando a remanescente de supernova mais jovem a ser observada por nós”, disse Robert Kirshner do Harvard-Smithsonian Center for Astrophysics (CfA).

Kirshner liderou um estudo de longo prazo da SN 1987, com o Telescópio Espacial Hubble. Desde o seu lançamento em 1990, o Hubble tem proporcionado registros contínuos das mudanças ocorridas na SN 1987A.

Como mostrado na imagem acima, a SN 1987A é circundada por um anel de material que foi soprado da estrela progenitora milhares de anos antes da sua explosão. O anel tem aproximadamente um ano-luz de diâmetro. Dentro do anel, os nervos da estrela estão agitados em uma nuvem de detritos em expansão.

A maior parte da luz da supernova vem do decaimento radioativo dos elementos criados durante a explosão. Como resultado, ela se apaga com o tempo. Contudo, os detritos da SN 1987A começaram a brilhar sugerindo a existência de uma nova fonte de energia.

“Só é possível ver o brilho  porque a SN 1987A está muito perto e o Hubble tem um poder de visualização incrível”, diz Kirshner.

Uma remanescente de supernova consiste de material ejetado de uma estrela que explodiu, bem como de material interestelar varrido por ela. Os detritos da SN 1987A estão começando a se chocar com o anel ao redor, criando uma poderosa onda de choque que gera energia em raios-X que é observada com o Observatório de Raios-X Chandra da NASA. Esses raios-X estão iluminando os detritos da supernova e o aquecimento devido a onda de choque está fazendo ela brilhar. O mesmo processo de energia ilumina também a remanescente de supernova na nossa galáxia, a Cassiopeia A.

Pelo fato de ser tão jovem, a remanescente da supernova SN 1987A ainda mostra a história dos últimos mil anos da vida da estrela registrados nos nós de gás. Estudando essas características, os astrônomos podem decodificar a história.

“Uma supernova jovem tem sua própria personalidade registrada”, concorda Kirshner.

Eventualmente, essa história será perdida quando a expansão dos detritos estelares for completa e esses detritos alcançarem o anel que os envolve. Enquanto isso a SN 1987A continuará a oferecer uma oportunidade única de se observar um objeto que se altera durante o curso de evolução da humanidade. Alguns outros objetos no céu se desenvolvem em curtos períodos tempo.

Essa pesquisa aparece em forma de artigo na edição de 9 de Junho da revista Nature. O primeiro autor é Josefin Larsson da Universidade de Estocolmo e o artigo encontra-se no final desse post.

Fonte:

http://www.spacetelescope.org/announcements/ann1111/

Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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