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16 de novembro de 2024

Telescópio Espacial Hubble da NASA Caça Objetos Distantes no Sistema Solar

Além da órbita de Netuno existem inúmeras rochas congeladas conhecidas como Objetos Trans-Netunianos ou do inglês (TNOs). Um dos maiores é Plutão, classificado também como planeta anão. A região também nos supri com cometas como o famoso cometa Halley. A maior parte dos TNOs são pequenos e recebem pouca luz do Sol, fazendo com que sejam apagados e difíceis de serem observados e muito mais de serem fotografados.

Agora, os astrônomos usando uma técnica inteligente de coletar dados do Telescópio Espacial Hubble da NASA adicionou mais 14 novos TNOs ao catálogo já existente. O método empregado promete encontrar mais de cem a partir de agora.

“Os Objetos Trans-Netunianos nos interessam pois eles possuem os blocos fundamentais que formaram o Sistema Solar”, explica o principal autor Cesar Fuentes, que trabalhava no Harvard-Smithsonian Center for Astrophysics, e agora está na Northern Arizona University.

À medida que os TNOs vagarosamente orbitem o Sol, eles movem em relação ao fundo estrelado, aparecendo como uma faixa em fotos de longa exposição. A equipe então desenvolveu um programa computacional para analisar as centenas de imagens feitas pelo Hubble caçando por essas faixas. Depois que os candidatos promissores foram marcados, as imagens foram visualmente analisadas para confirmar ou refutar cada descoberta.

A maior parte dos TNOs está localizada próximo do plano da eclíptica – uma linha no céu que marca o plano do Sistema Solar (isso acontece pelo fato do Sistema Solar ter se formado a partir de um disco de materiais). Porém, para aumentar a chance de encontrar esses objetos a equipe pesquisou uma região com variação de 5 graus em relação a eclíptica.

Eles encontraram 14 objetos, incluindo um binário (dois TNOs orbitando um ao outro como o sistema Plutão-Caronte). Todos eles estavam muito apagados, com a maioria apresentando uma magnitude medida de 25 a 27 (mais de 100 milhões de vezes mais apagado do que os objetos que são visíveis a olho nu).

Medindo o movimento desses corpos através do céu, os astrônomos calcularam a órbita e a distância de cada objeto. Combinando a distância e o brilho (mais um albedo ou uma refletividade assumida). A equipe examinou a distribuição de tamanho dos TNOs com órbitas altas versus órbitas baixas obtendo assim pistas de como a população desses objetos se desenvolveu nos últimos 4.5 bilhões de anos.

Geralmente, TNOs menores são originados de objetos maiores que foram quebrados. Com o passar dos bilhões de anos, esses objetos se chocaram diretamente rompendo-os. A equipe descobriu que a distribuição de tamanho dos TNOs com a órbita alta versus a órbita baixa é aproximadamente a mesma a medida que os objetos tornam-se mais apagados e menores. Ambas as populações, contudo, (com altas e baixas inclinações) possuem uma história de colisões similares.

Esse estudo inicial examinou somente um terço do grau quadrado do céu, significando que existe uma área ainda muito grande para ser estudada. Centenas de TNOs adicionais podem surgir nos arquivos do Hubble em latitudes maiores da eclíptica. Fuentes e seus colegas pretendem continuar com a busca.

“Nós provamos nossa habilidade de detectar e caracterizar TNOs mesmo com dados obtidos para propostas completamente diferentes”, disse Fuentes.

O artigo original que apresenta em detalhes essa pesquisa pode ser encontrado aqui:

Trans-neptunian Objects with Hubble Space Telescope ACS:WFC1

Fonte:

http://www.cfa.harvard.edu/news/2010/pr201015.html

Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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