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SUPERVULCÃO ITALIANO CAMPI FLEGREI PODE ENTRAR EM ERUPÇÃO

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O vulcão Campi Flegrei, localizado no sul da Itália, tem uma história rica e preocupante. A última erupção ocorreu em 1538, mas o vulcão tem mostrado sinais de inquietação há mais de 70 anos. Durante esse período, ocorreram dezenas de milhares de pequenos terremotos, e a cidade costeira de Pozzuoli foi elevada em quase 4 metros devido à atividade vulcânica. Isso é aproximadamente a altura de um ônibus de dois andares.

Recentemente, um novo estudo foi publicado no periódico Nature’s Communications Earth & Environment, que lança luz sobre o estado atual do vulcão. O estudo foi conduzido por pesquisadores da UCL (University College London) e do Instituto Nacional de Pesquisa de Geofísica e Vulcanologia da Itália (INGV).

Os pesquisadores usaram um modelo desenvolvido na UCL para interpretar os padrões de terremotos e elevação do solo ao redor do vulcão. Este modelo é baseado na física de como as rochas se quebram e foi aplicado em tempo real a um vulcão pela primeira vez. Desde a primeira utilização do modelo em 2017, o Campi Flegrei tem se comportado conforme previsto, com um número crescente de pequenos terremotos indicando pressão vinda de baixo.

O estudo concluiu que partes do vulcão foram esticadas quase até o ponto de ruptura. O principal autor, Professor Christopher Kilburn da UCL Earth Sciences, explicou que o Campi Flegrei está se aproximando de uma ruptura, mas isso não garante uma erupção. Para que uma erupção ocorra, a ruptura deve abrir uma fenda na crosta terrestre e o magma deve estar pressionando no local certo.

O Dr. Nicola Alessandro Pino, do Observatório Vesúvio, que representa o INGV em Nápoles, acrescentou que partes do vulcão estão se enfraquecendo. Isso significa que ele pode se romper mesmo que as tensões que o puxam sejam menores do que eram durante a última crise há 40 anos.

É importante notar que o Campi Flegrei não é um vulcão óbvio, pois, em vez de crescer na forma de uma montanha tradicional, tem a forma de uma depressão suave com 12-14 km de extensão, conhecida como caldeira. Isso explica por que 360.000 pessoas agora vivem em sua superfície.

Nos últimos dez anos, o solo abaixo de Pozzuoli tem se elevado a uma taxa de cerca de 10 cm por ano. Pequenos terremotos persistentes também foram registrados pela primeira vez desde meados da década de 1980, com mais de 600 terremotos registrados em abril.

A agitação foi causada pelo movimento de fluidos a cerca de 3 km abaixo da superfície. Alguns desses fluidos podem ser rocha derretida, ou magma, e alguns podem ser gases vulcânicos naturais. O padrão de terremotos a partir de 2020 sugere que a rocha está respondendo de maneira inelástica, quebrando em vez de dobrar.

A equipe de pesquisa explicou que o efeito da inquietaçãodesde a década de 1950 é cumulativo, o que significa que uma eventual erupção poderia ser precedida por sinais relativamente fracos, como uma menor taxa de elevação do solo e menos terremotos. Isso foi observado na erupção da caldeira de Rabaul, em Papua Nova Guiné, em 1994.

Além disso, a resistência à tração atual do Campi Flegrei (a tensão máxima que um material pode suportar antes de se romper quando esticado) provavelmente é cerca de um terço do que era em 1984, segundo os pesquisadores.

O Dr. Stefano Carlino, do Observatório Vesúvio, enfatizou que uma erupção não é inevitável. Ele explicou que, como todos os vulcões que estiveram quietos por gerações, o Campi Flegrei pode se estabelecer em uma nova rotina de elevação e subsidência suaves, como visto em vulcões semelhantes ao redor do mundo, ou simplesmente voltar ao repouso. Ele destacou a importância de estar preparado para todos os resultados.

O professor Kilburn e seus colegas agora planejam aplicar o modelo de fraturamento de vulcões da UCL a outros vulcões que reativaram após um longo período de tempo, buscando estabelecer critérios mais confiáveis para decidir se uma erupção é provável. Atualmente, as erupções são previstas usando dados estatísticos exclusivos para cada vulcão, em vez de se basear em princípios fundamentais que podem ser aplicados a vários vulcões.

Em resumo, o vulcão Campi Flegrei está mostrando sinais de enfraquecimento e se aproximando de uma ruptura. No entanto, uma erupção não é garantida e a comunidade científica está trabalhando arduamente para melhorar as previsões e garantir que as comunidades estejam preparadas para qualquer resultado. A pesquisa em andamento e os avanços na modelagem são essenciais para entender e mitigar os riscos associados a esse vulcão e outros ao redor do mundo.

FONTES:

https://www.eurekalert.org/news-releases/991902

https://www.nature.com/articles/s43247-023-00842-1

#SUPERVOLCANO #EARTH #GEOLOGY

Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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