Uma estrela que explodiu apareceu de maneira repentina no céu noturno, maravilhando os astrônomos que nunca haviam visto uma supernova tão perto do nosso Sistema Solar nos últimos 20 anos.
Nos últimos dias, uma supernova emergiu como uma luz brilhante na Messier 82 – também conhecida como Galáxia do Charuto – localizada a aproximadamente 12 milhões de anos-luz de distância da Terra na direção da constelação de Ursa Major, ou o Grande Urso. A supernova, que os astrônomos descreveram como um potencial Santo Graal para os cientistas, foi descoberta pela primeira vez, por estudantes no University College London.
Posicionada entre os asterismo Big Dipper e Little Dipper, a nova supernova é um alvo fácil para os observadores do Hemisfério Norte, ela é brilhante o suficiente para ser observada com um pequeno par de binóculos, disse o astrônomo Brad Tucker, da Australian National University e da Universidade da Califórnia, Berkeley.
Mas, além de criar um espetáculo observável, o evento cósmico também dá aos astrônomos uma rara oportunidade para estudar um objeto que pode ajudar a entender a energia escura.
A supernova foi observada pela primeira vez na Terça-Feira, dia 21 de Janeiro de 2014 às 7:20 p.m. hora local, por um grupo de estudantes liderado por Steve Fossey no University College de Londres. O objeto pode ser a supernova mais próxima observada desde a intensa Supernova 1987A que foi registrada em Fevereiro de 1987 na Grande Nuvem de Magalhães, uma galáxia anã companheira da Via Láctea localizada a aproximadamente 168000 anos-luz de distância da Terra, de acordo com o UCL.
“Essa foi uma experiência surreal e animadora, fazer imagens de um objeto não identificado enquanto Steve rodava pelo observatório verificando o resultado”, disse o estudante do UCL Guy Pollack.
Os astrônomos do Caltech confirmaram a supernova e classificaram como uma jovem e avermelhada supernova do Tipo Ia. Acredita-se que esses objetos se originem em sistemas binários próximos onde no mínimo, uma das estrelas é uma anã branca, ou seja, o pequeno e denso núcleo de uma estrela que parou de realizar suas reações nucleares. Se a anã branca arrancar muita massa de sua estrela companheira, uma reação nuclear começa dentro da estrela morta, levando à geração de uma brilhante supernova.
Pelo fato de se acreditar que as supernovas do Tipo Ia brilharem com a mesma intensidade nos seus picos, elas são usadas como as chamadas “velas padrões” para medir as distâncias através do universo. De fato, medidas cuidadosas das supernovas do Tipo Ia levaram a vencedores do prêmio Nobel que descobriram que a expansão do universo está na verdade acelerando.
Mas, para se aprender mais sobre a causa da aceleração (que os cientistas chamam de energia escura), Tucker disse que os astrônomos precisam de medidas mais precisas.
“Os dois grandes problemas em usar as supernovas do Tipo Ia como medidores de distância, são as progenitoras, o que a estrela que explodiu realmente é, e como a poeira afeta essas medidas”, explica Tucker. “Assim o fato dessa supernova ser do Tipo Ia, e jovem, significa nós temos uma boa chance de encontrar pistas da sua explosão”.
O Telescópio Espacial Hubble também capturou imagens detalhadas da Galáxia do Charuto antes da estrela ter explodido, o que significa que os astrônomos podem ser capazes de ver diretamente a estrela em observações passadas, explica Tucker.
Além disso, essa é uma supernova avermelhada, significando que ocorreu num ambiente empoeirado.
“Sabendo que existe muito poeira, nós podemos analisar como a poeira está impactando as cores da supernova e assim a medida da distância, e usarmos isso para calibrarmos outras supernovas”, disse Tucker. “Resumindo, essa supernova é um Santo Graal”.
O Central Bureau for Astronomical Telegrams da União Astronômica Internacional tem listado alguns dos sinais de supernova sob a designação temporária de PSN J09554214+6940260, começando com uma observação de 22 de Janeiro de 2014 feita por um grupo de astrônomos amadores na Rússia.
Imagens da supernova feitas com o telescópio robótico KAIT no Observatório Lick da Califórnia confirmam que o objeto não estava presenta nas imagens recentes de 15 de Janeiro de 2014, significando que a supernova é bem recente, finaliza Tucker.
Fonte:
http://www.space.com/24369-supernova-star-explosion-amateur-photos.html
