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27 de novembro de 2024

SUPER ESPIRAIS: AS GALÁXIAS SUPER PODEROSAS | SPACE TODAY TV EP1993

A Via Láctea, é uma galáxia classificada como sendo uma espiral barrada, ou seja, ela tem braços espirais, mas no centro ela possui uma barra de estrelas.

A nossa galáxia é uma galáxia modesta no universo, ela tem cerca de 100 mil anos-luz de diâmetro e tem uma velocidade de rotação média de 210 km/s.

Existem galáxias bem maiores, nós sabemos, as galáxias elípticas, por exemplo, como a M87, que teve seu buraco negro fotografado.

Mas mesmo dentro do ramo das galáxias espirais, existem algumas galáxias que são extremas.

Essas galáxias são conhecidas como galáxias super espirais.

Elas foram descobertas, recentemente, nos dados do projeto SDSS, o Sloan Digital Sky Survey, e os astrônomos só conhecem 100 dessas galáxias.

Algumas delas têm 450 mil anos-luz de diâmetro e chegam a ter uma velocidade média de rotação de 570 km/s.

As galáxias espirais são muito importantes, pois através delas se tem a evidência da existência da matéria escura, como a Vera Rubin, demonstrou no passado medindo a diferença na velocidade de rotação na parte externa das galáxias.

E nesse contexto, as super espirais possuem um papel fundamental.

Recentemente um grupo de astrônomos estudou de forma detalhada, usando dados de diversos telescópios e integrando todas essas informações, as galáxias super espirais.

A equipe mostrou que o fato dessas galáxias terem uma velocidade de rotação bem maior do que a prevista, mostra que elas residem em halos de matéria escura muito maior do que os convencionais.

Para uma das galáxias super espirais foi calculada uma massa de matéria escura de cerca de 40 trilhões de vezes a massa do Sol, uma quantidade que seria capaz de abrigar um aglomerado de galáxias, mas no caso abriga somente uma dessas galáxias.

Os astrônomos mostraram que a rotação das galáxias está de fato condicionada à quantidade de matéria escura.

Essa conclusão acaba enfraquecendo uma teoria alternativa para explicar o universo, conhecida como MOND, ou Teoria da Dinâmica Newtoniana Modificada.

Nessa teoria não existe a presença da matéria escura, mas a gravidade seria maior nas regiões mais externas fazendo com que a galáxia girasse mais rapidamente ali.

Isso, em galáxias convencionais pode até ser aplicado, mas com as observações das galáxias super espirais a teoria MOND perde muito valor, pois ela não consegue explicar a taxa de rotação dessas galáxias baseada somente na massa estelar.

Como essas galáxias super espirais foram descobertas relativamente recentemente, existem muitas. Questões sobre elas, uma delas está relacionada com a formação de estrelas, embora formem estrelas a formação de estrelas é menor do que se esperaria para esse tipo de galáxia.

Pode ser que a grande quantidade de matéria escura ajude a evitar a formação de estrelas.

Mas para isso, os astrônomos precisam estudar mais esse tipo de galáxia o que esperam fazer com o James Webb e com o WFIRST, os próximos grandes telescópios espaciais da NASA.

Fontes:

https://hubblesite.org/contents/news-releases/2019/news-2019-54

https://hubblesite.org/uploads/science_paper/file_attachment/518/Ogle_2019_ApJL_884_L11.pdf

#SuperEspirais #Galáxias #SpaceToday

Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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