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Spitzer Registra Glóbulo Escuro na IC 1396

A imagem do Telescópio Espacial Spitzer da NASA de um berçário estelar brilhante mostra um espetacular contraste com a nuvem opaca que é observada na luz visível. A Nebulosa da Tromba do Elefante é um glóbulo escuro alongado localizado dentro da nebulosa de emissão IC 1396 na constelação de Cepheus. Localizado a uma distância de 2450 anos-luz, o glóbulo é uma condensação densa de gás que sobreviveu por pouco à forte radiação ionizante de uma estrela massiva próxima. O glóbulo está sendo comprimido pelo gás ionizado ao redor. O glóbulo escuro tem sua silhueta marcada nos comprimentos de onda da luz visível, uma vez que é iluminado por trás por uma brilhante estrela localizada à esquerda do campo de visão mostrado acima.

O Telescópio Espacial Spitzer consegue observar através dessa opacidade para então revelar o nascimento de novas protoestrelas, ou estrelas embrionárias além de mostrar estrelas jovens anteriormente desconhecidas. A imagem infravermelha, que transforma a nuvem escura em um dragão voador, foi obtida pelo conjunto de câmeras infravermelhas do Spitzer. A imagem é uma composição de quatro cores de luz invisível aos nossos olhos, mostrando emissões nos comprimentos de onda de 3.6 mícron (azul), 4.5 mícron (verde), 5.8 mícron (laranja) e 8.0 mícron (vermelho). A estrutura de filamentos do glóbulo, resulta de efeitos escultores criados por processos físicos competidores nessa região. Os ventos gerados por uma estrela massiva, localizada à esquerda da imagem, produz um anel circular denso que compreende a cabeça do glóbulo e varre o gás formando uma cauda.

Um par de jovens estrelas (LkHa 349 e a LkHa 349c) que formou do denso gás limpou uma cavidade esférica dentro da cabeça do glóbulo. Enquanto que na imagem da luz visível uma estrela é muito mais apagada que a outra, na imagem infravermelha do Spitzer elas possuem brilho semelhante. Isso implica a presença de um espesso disco empoeirado ao redor da LkHa 349c. Esses discos circunstelares são os precursores dos sistemas planetários. Eles são muito mais espessos nos estágios iniciais de formação estelar quando o material placentário de formação das estrelas, o gás e a poeira ainda está presente.

Fonte:

http://www.spitzer.caltech.edu/images/1052-ssc2003-06a-Dark-Globule-in-IC-1396

Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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