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Sonda Solar Orbiter da ESA Pode Passar Pelas Caudas do Cometa ATLAS

Uma oportunidade de encontro entre uma sonda recentemente lançada e um cometa que começou a se desintegrar no último mês pode ajudar os astrônomos a entenderem melhor sobre esses objetos congelados.

Os astrônomos calcularam que a sonda da ESA, Solar Orbiter irá passar atrás do cometa C/2019 Y4 (ATLAS) a uma distância de cerca de 30 milhões de quilômetros em semanas.

A sonda que foi lançada em 10 de fevereiro de 2020, pode passar através das duas longas caudas do cometa, permitindo que os astrônomos possam fazer estudos sem precedentes dos detritos desse objeto.

No final do mês de maio, existe uma chance da sonda Solar Orbiter cruzar a cauda de íons do cometa. E então, alguns dias depois em 6 de junho de 2020, ela pode cruzar o plano orbital do cometa e então cruzar a sua cauda de poeira.

A cauda de íons do cometa consiste de partículas eletricamente carregadas, ou íons, empurradas para trás por milhões de quilômetros pelas partículas carregadas do Sol, o vento solar. A cauda de poeira, é composta de grãos de poeira que são empurrados para fora do cometa e seguem a sua órbita.

A sonda Solar Orbiter é equipada com um conjunto de instrumentos desenvolvidos para estrudar o Sol, incluindo aqueles que irão fazer as primeiras imagens dos polos do Sol. Alguns desses instrumentos poderiam ser usados também para estudar o Cometa ATLAS.

A ESA não contava com essa oportunidade antes da sonda ser lançada, então agora está trabalhando para ver como aproveitar ao máximo essa oportunidade.

A decisão deve ser tomada nos próximos dias. Se for positiva, as medidas começaram a serem feitas o mais breve possível e duraram muitos dias para que possam cobrir todo o período de interesse.

A sonda atualmente se encontra na fase de comissionamento, testando seus diferentes instrumentos, e essa fase não deve ser completada até o dia 15 de junho de 2020, o que é muito tarde para o encontro com o cometa. Mas existe a chance de tudo estar pronto antes disso.

Três dos quatro instrumentos estarão provavelmente prontos e aptos para fazer as medidas. Entre eles estão o magnetômetro, o instrumento de ondas de rádio e os detectores de partículas energéticas. Um quarto instrumento, desenvolvido para estudar o vento solar, poderá estar totalmente testado a tempo do encontro.

Como eu falo sempre, os cometas são imprevisíveis, até mesmo para uma missão planejada por anos.

Fonte:

https://www.newscientist.com/article/2243509-esa-spacecraft-might-accidentally-fly-through-the-tail-of-a-comet/#ixzz6MtrUwTlL

Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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