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17 de novembro de 2024

Sonda New Horizons Está a 3 Meses de Seu Encontro Histórico Com Plutão

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A sonda New Horizons da NASA está a 3 meses de mandar para a humanidade as primeiras imagens detalhadas e suas observações científicas do distante Plutão e de seu sistema de grandes e pequenas luas.

“A literatura científica é repleta de artigos sobre as características de Plutão e de suas luas observadas da Terra e de telescópios espaciais, mas nós nunca estudamos Plutão em detalhe e de perto”, disse John Grunsfeld, astronauta e administrador associado do Science Mission Directorate da NASA em Washington. “Num sobrevoo sem precedentes nesse mês de Julho de 2015, nosso conhecimento de como o sistema de Plutão realmente é irá se expandir de forma exponencial e eu não tenho dúvidas que existirão descobertas espetaculares”.

A nave mais rápida já lançada, a New Horizons, viajou mais longe e por mais tempo, mais de nove anos e três bilhões de quilômetros do que qualquer outra sonda na história para alcançar o seu alvo primário. Esse sobrevoo de Plutão e de seu sistema de no mínimo 5 luas acontecerá no dia 14 de Julho de 2015, completando o reconhecimento inicial do Sistema Solar clássico. Essa missão também abre uma porta para uma terceira zona inteiramente nova e repleta de misteriosos pequenos planetas e blocos de construção de planetas no Cinturão de Kuiper, uma grande área com numerosos objetos além da órbita de Netuno.

O sobrevoo irá cobrir uma era de cinco décadas de reconhecimento que começou com Vênus e Marte no começo dos anos de 1960, e continuou através das primeiras viagens a Mercúrio, Júpiter e Saturno na década de 1970 e Urano e Netuno nos anos de 1980.

Alcançar essa terceira zona do nosso sistema solar – além da região interna, rochosa, e da região externa de gigantes gasosos – tem sido uma prioridade da ciência espacial por anos. No início dos anos 2000, a National Academy of Sciences ranqueou a exploração do Cinturão de Kuiper – e particularmente de Plutão e de sua maior lua Caronte – como uma missão planetária prioritária para a próxima década.

A New Horizons, uma sonda leve, compacta e poderosamente equipada, leva com ela o mais avançado conjunto de câmeras e espectrômetros já lançados ao espaço, foi a resposta da NASA para o chamado.

“Isso é exploração espacial na sua forma mais pura, nós estamos caminhando para iluminar um planeta e seu sistema de luas, trazendo seus detalhes para bem perto dos nossos olhos”, disse Alan Stern, principal pesquisador da New Horizons, no Southwest Research Institute (SWRI), em Boulder, no Colorado. “A New Horizons está voando para Plutão – o maior e mais brilhante e complexo de todos os planetas anões no Cinturão de Kuiper. Esse encontro do século 21 será um feito exploratório sem precedentes desde as missões Voyager na década de 1980”.

Plutão, o maior corpo conhecido do Cinturão de Kuiper, oferece uma atmosfera de nitrogênio, complexas estações do ano, distintas marcas na superfície, e um interior rochoso congelado, que pode abrigar um oceano, e no mínimo cinco luas. Entre essas luas, a maior, Caronte, pode ter uma atmosfera ou um oceano interior, e possivelmente abrigar evidências de recente atividade na sua superfície.

“Não há dúvidas, Caronte é uma pérola em termos de interesse científico, e nós não vemos a hora de revelar seus detalhes em Julho”, disse Leslie Young, cientista do projeto pela SwRI.

As menores luas de Plutão também são provavelmente cheias de oportunidades científicas. Quando a New Horizons começou sua jornada em 2001, ela era uma missão para Plutão e Caronte, já que as outras luas menores nem tinham sido descobertas ainda.

O conjunto de sete instrumentos científicos – que inclui câmeras, espectrômetros e detectores de poeira e plasma – irá mapear a geologia de Plutão e Caronte e mapear suas composições superficiais e suas temperaturas, examinar a atmosfera e pesquisar por uma atmosfera ao redor de Caronte, além de estudar os satélites menores de Plutão e procurar por anéis e satélites adicionais ao redor de Plutão.

Atualmente, mesmo com a New Horizons mais perto de Plutão do que a Terra está do Sol, o sistema de Plutão lembra mais pequenos pontos de luz a distância. Mas equipes, operando a sonda estão usando essas visões para refinar o seu conhecimento da posição de Plutão, e navegar com cuidado a New Horizonas em direção ao seu preciso ponto, ou seja, passar a 12500 quilômetros de distância da superfície de Plutão. Esse objetivo é crítico, já que os comandos computacionais usados para operar e orientar a nave e apontar seus instrumentos científicos são baseados no conhecimento exato e da localização que a New Horizons, passará de Plutão.

“Nossa equipe tem trabalhado pesado para alcançar esse ponto, e nós sabemos que nós só temos a chance de dar um tiro”, disse Alice Bowman, gerente de operações da missão da New Horizons no Laboratório de Física Aplicada da Universidade de Johns Hopkins, em Laurel, Maryland, que construiu e opera a sonda. “Nós temos acompanhado cada passo na trajetória da New Horizons em direção a Plutão e saber que estamos quase lá é animador”.

O trabalho da sonda porém não termina com o sobrevoo de Plutão em Julho. Pelo fato de ser enviada para dar um tiro em seu alvo, a New Horizons está projetada para adquirir a maior quantidade de dados que ela puder, o mais rápido que ela puder, enviando para a Terra 100 vezes mais dados durante o encontro com Plutão do que quando ela está longe. E, embora a sonda esteja programada para enviar para a Terra dados prioritários nos dias antes e depois do encontro com Plutão, a missão continuará a enviar dados gravados em sua memória pelos próximos 16 meses.

“A New Horizons é uma das maiores missões de exploração espacial de todos os tempos”, disse o cientista de projeto da sonda Hal Weaver no APL. “Existe tanta coisa que a nós não sabemos, não só sobre Plutão, mas de outros mundos como ele. Nós não estamos reescrevendo os livros com essa missão histórica, nós iremos ecrevê-los desde o início”.

O APL gerencia a missão New Horizons para o Science Mission Directorate da NASA em Washington. Alan Stern do SwRI é o principal pesquisador. O SwRI lidera a equipe científica, as operações e o planejamento científico do encontro com Plutão. A New Horizons faz parte do Programa New Frontiers, gerenciado pelo Marshall Space Flight Center da NASA em Huntsville, Alabama.

Para mais informações sobre a New Horizons, visite:

http://www.nasa.gov/newhorizons

e

http://pluto.jhuapl.edu

Fonte:

http://pluto.jhuapl.edu/News-Center/News-Article.php?page=20150414

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Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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