A missão New Horizons da NASA descobriu evidências para o fluxo de gelos exóticos na superfície de Plutão, na borda esquerda da área em forma de coração. Novas imagens detalhadas feitas pelo instrumento LORRI revelam sinais de atividade geológica recente, algo que os cientistas torciam ver, mas não esperavam.
“Nós só vimos superfícies como essa em mundos ativos como a Terra e Marte”, disse John Spencer, co-pesquisador da missão, do SwRI, “Eu estou realmente muito feliz”.
As novas imagens mostram detalhes fascinantes da planície do tamanho do Texas, informalmente chamada de Sputnik Planum, que localiza-se dentro da metade oeste da região em forma de coração de Plutão, conhecida como Tombaugh Regio. Ali, um lençol de gelo, claramente parece ter fluído, e pode ainda estar em movimento, da mesma maneira que acontece com as geleiras na Terra.
Enquanto isso, os cientistas da New Horizons estão usando imagens com cores realçadas para detectar diferenças na composição e textura da superfície de Plutão. Quando imagens detalhadas são combinadas com dados coloridos obtidos pelo instrumento Ralph, o que aparece é um novo e surpreendente retrato de Plutão, onde um padrão global de zonas varia com a latitude. Os terrenos mais escuros aparecem no equador, as tonalidades intermediárias estão nas latitudes intermediárias, e as expansões congeladas mais brilhantes dominam a região polar norte. A equipe de ciência da New Horizosn está interpretando esse padrão como sendo o resultado do transporte sazonal de gelo do equador para o polo.
Esse padrão é dramaticamente interrompido pelo coração brilhante de Plutão.
O “coração do coração”, a Sputnik Planum, é a sugestão de um reservatório de gelos. Os dois lobos brancos-azulados que se estendem para sudoeste e nordeste do “coração”, podem representar gelos exóticos sendo transportados para longe da Sputnik Planum.
Além disso, novos dado composicionais obtidos pelo instrumento Ralph da New Horizons indicam que o centro da Sputnik Planum é rico em gelos de nitrogênio, monóxido de carbono e metano. “Na temperatura de -390 graus Fahrenheit de Plutão, esses gelos podem fluir como uma geleira”, disse Bill McKinnon, da Universidade de Washington em St. Louis, vice líder da equipe de Imageamento de Geologia e Geofísica da New Horizons. Na região mais ao sul do coração, adjacente à região equatorial escura, parece que um terreno antigo e repleto de crateras (local informalmente chamado de Cthulhu Regio), foi invadido por depósitos de gelo mais recentes.
A cadeia de montanhas recém-descoberta chega a ter picos com 1.6 quilômetros de altura acima da planície ao redor, similar a altura encontrada nos picos dos Montes Apalaches nos EUA. Esses picos foram nomeados informalmente de Hillary Montes (Montanhas Hillary), em homenagem ao Sir. Edmund Hillary, que junto com Tenzing Norgay foram os primeiros humanos a alcançarem o pico do Monte Everest em 1953.
“Por muitos anos, nós nos referimos a Plutão como o Everest da exploração planetária”, disse o principal pesquisador da New Horizons, Alan Stern, do Southwest Research Institute em Boulder, no Colorado. “Assim, é justo que os dois primeiros montanhistas que atingiram a montanha mais alta da Terra, Edmund Hillary e Tenzing Norgay, sejam homenageados nesse novo Everest”.
Abaixo, pode-se encontrar a simulação de um sobrevoo usando as imagens detalhadas obtidas pela New Horizons, pela Sputnik Planum e pela nova cadeia de montanhas recém-descoberta de Plutão, a Hillary Montes.
Fonte:
http://www.nasa.gov/feature/new-horizons-discovers-flowing-ices-on-pluto