Nos dados mais recentes que chegaram a Terra, da sonda da NASA New Horizons, uma nova imagem detalhada de Plutão, revela uma vasta planície, sem crateras, que parece não ter mais que 100 milhões de anos de vida, e está sendo possivelmente moldada por processos geológicos. Essa região congelada fica ao norte das montanhas congeladas de Plutão, na parte central esquerda do coração de Plutão, região que está sendo informalmente chamada de Região Tombaugh, em homenagem a Clyde Tombaugh que descobriu Plutão, em 1930.
“Esse terreno não é fácil de ser explicado”, disse Jeff Moore, líder da Equipe de Imageamento de Geofísica e Geologia, o GGI, no Ames Research Center da NASA em Moffett Field, na Califórnia. “A descoberta dessa planície vasta, jovem e sem crateras em Plutão excede todas as nossas expectativas iniciais”.
Essa fascinante região de planície congelada – lembrando muito as feições fraturadas em lama congelada na Terra – tem sido informalmente chamada de Planície Sputnik, em homenagem ao primeiro satélite artificial da Terra. Essa é uma região com uma superfície quebrada formada por segmentos irregulares, com cerca de 20 quilômetros de diâmetro, com vales, e fendas localizadas nas junções dos blocos. Alguns desses vales possuem material mais escuro no seu interior, enquanto outros são traçados por acumulações de colinas que parecem crescer acima do terreno ao redor. A superfície em alguns lugares parece ser salpicada por campos de pequenas cavidades que podem ter sido formados pelo processo de sublimação, onde o gelo passa diretamente do estado sólido para o gasoso, como o gelo seco na Terra.
Os cientistas possuem duas teorias sobre como esses segmentos se formaram. As formas irregulares podem ser o resultado da contração do material em superfície, similar ao que acontece quando a lama seca. Outra alternativa, é que eles podem ser o resultado de uma convecção, como o que acontece com uma lava. Em Plutão, a convecção poderia ocorrer dentro de uma camada superficial de monóxido de carbono congelado, metano e nitrogênio, dirigidos pelo aquecimento do interior de Plutão.
As planícies congeladas de Plutão, também mostram listras escuras que tem poucos metros de comprimento. Essas listras aparecem alinhadas na mesma direção e podem ter sido produzidas por ventos soprando através da superfície congelada.
A imagem do coração do coração foi feita quando a sonda New Horizons estava a 77000 quilômetros da superfície de Plutão, e mostra feições com cerca de 1 km de diâmetro. Os cientistas da missão aprenderão mais sobre esses misteriosos terrenos a partir das imagens de resolução mais alta e de imagens estereográficas que a sonda New Horizons irá mandar para a Terra durante o próximo ano.
A equipe da New Horizons que estuda atmosfera de Plutão obsevou-a a mais de 1600 quilômetros acima da superfície, demonstrando que a atmosfera rica em nitrogênio de Plutão é bem extensa. Essa é a primeira vez que se observa a atmosfera de Plutão presente a mais de 270 quilômetros acima da sua superfície.
A equipe de Partículas e Plasma da New Horizons descobriu uma região de gás denso e ionizado a dezenas de milhares de quilômetros de Plutão – a atmosfera do planeta está sendo arrancada pelo vento solar e se perdendo no espaço.
“Essa é a primeira vez que conseguimos observar o ambiente de plasma ao redor de Plutão”, disse Fran Bagenal, co-pesquisador da New Horizons, da Universidade do Colorado em Boulder.
“Com o sobrevoo já no retrovisor, a viagem de uma década a Plutão acabou, mas a parte científica está apenas começando”, disse Jim Green, diretor de Ciência Planetária na Sede da NASA em Washington. “Os dados da New Horizons continuarão a abastecer nossas descobertas por anos”.
Alan Stern, o principal pesquisador da New Horizons do Southwest Research Institute SwRI, em Boulder, no Colorado, adicionou, “Nós só arranhamos a superfície de Plutão, mas está já parece claro para mim que nesse reconhecimento inicial do Sistema Solar, o melhor ficou guardado para o final”.
A sonda New Horizons é parte do New Frontiers Program da NASA, gerenciado pelo Marshall Space Flight Center da agência, em Huntsville, no Alabama. O Laboratório de Física Aplicada da Universidade Johns Hopkinsm em Laurel, Maryland, desenhou, construiu e opera a sonda New Horizons e gerencia a missão para o Science Mission Directorate da NASA. O SwRI lidera a missão, a equipe científica, e as operações, além do planejamento científico do encontro com Plutão.
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Para mais informações sobre a missão New Horizons, incluindo fact sheets, programações, vídeos e novas imagens, visite:
http://www.nasa.gov/newhorizons
e
http://solarsystem.nasa.gov/planets/plutotoolkit.cfm
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