Cientistas usando imagens feitas pela sonda Mars Reconnaissance Orbiter da NASA estimam que o planeta Marte seja bombardeado por mais de 200 pequenos asteroides ou pedaços de cometas por ano, formando crateras de no mínimo 3.9 metros de diâmetro.
Os pesquisadores identificaram 248 novos locais de impacto em partes da superfície marciana na última década, usando imagens da sonda para determinar quando as crateras apareceram. A taxa de 200 por ano é o resultado do cálculo feito com base no número de descobertas feitas numa pesquisa sistemática de uma porção do planeta.
A câmera High Resolution Imaging Science Experiment, ou HiRISE da sonda MRO fez imagens de locais com crateras recentes onde ao se usar imagens de antes e de depois de outras câmeras pôde-se determinar quando os impactos ocorreram. Essa combinação fornece uma nova maneira de se fazer medidas diretas da taxa de impacto em Marte. Isso levará os cientistas a estimarem de maneira mais precisa a idade das recentes feições de Marte, algumas das quais podem ser o resultado das mudanças climáticas.
“É animador encontrar essas novas crateras logo depois delas terem se formado”, disse Ingrid Daubar da Universidade do Arizona em Tucson, e principal autora do artigo publicado online nesse mês pela revista Icarus. “Isso nos lembra que Marte é um planeta ativo, e que nós podemos estudar os processos que estão acontecendo hoje”.
Esses asteroides, ou fragmentos de cometas, normalmente não têm mais de 1 ou 2 metros de diâmetro. Rochas espaciais muito pequenas para alcançar o solo da Terra e formar crateras, conseguem fazer isso em Marte, pois o Planeta Vermelho possui uma atmosfera muito mais fina que a nossa.
A câmera HiRISE imageou locais onde as manchas escuras apareceram durante o tempo entre as imagens feitas pela Context Camera (CTX) da própria MRO ou com câmeras de outras sondas. A nova estimativa da taxa de formação de crateras é baseada numa porção de 248 novas crateras detectadas. Esse número vem de uma checagem sistemática de uma fração empoeirada do planeta com CTX desde o final de 2006. Os impactos perturbam a poeira, criando zonas de impacto notáveis. Nessa parte da pesquisa, 44 locais recentes de crateras foram identificados.
O meteoro que cruzou os céus de Chelyabinsk, na Rússia, em Fevereiro de 2013 era 10 vezes maior do que os objetos que estão formando as recentes crateras em Marte.
Estimativas da taxa do surgimento de crateras parece servir para os cientistas como o melhor medido para se poder estimar as idades da superfície exposta em Marte e em outros mundos.
Daubar e seus co-autores calcularam uma taxa de quão frequentemente novas crateras com no mínimo 3.9 metros de diâmetro são escavadas. A taxa é equivalente a uma média de uma a cada anão numa área da superfície marciana aproximadamente equivalente a área do estado do Texas. Estimativas anteriores diziam que se formava entre 3 a 10 vezes mais crateras por ano. Essas estimativas eram baseadas em estudos de crateras na Lua e nas idades das rochas lunar coletadas durante as missões Apollo da NASA no final dos anos de 1960 e início dos anos de 1970.
“Marte agora tem a melhor estimativa de taxa de formação de crateras no Sistema Solar”, disse o principal pesquisador da HiRISE Alfred McEwen da Universidade do Arizona e coautor do artigo.
A sonda Mars Reconnaissance Orbiter tem examinado o planeta Marte com seis instrumentos desde 2006.
“A longevidade dessa missão está fornecendo maravilhosas oportunidades para se investigar as mudanças em Marte”, disse o cientista adjunto do projeto da Mars Reconnaissance Orbiter Leslie Tamppari do Laboratório de Propulsão a Jato da NASA em Pasadena, na Califórnia.
O Laboratório Lunar e Planetário da Universidade do Arizona opera a câmera HiRISE, que foi construída pela Ball Aerospace & Technologies Corp. de Boulder, Colorado. Malin Space Science Systems de San Diego, construiu e opera a Context Camera. O JPL, uma divisão do Instituto de Tecnologia da Califórnia em Pasadena, gerencia a sonda Mars Reconnaissance Orbiter para o Science Mission Directorate da NASA em Washington. A empresa Lockheed Martin Space Systems, em Denver, construiu a sonda.
Fonte:
http://www.nasa.gov/mission_pages/MRO/news/mro20130515.html