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17 de novembro de 2024

Sonda Lunar Reconnaissance Orbiter Observa a Despedida Explosiva das Sondas da Missão GRAIL

graila_despedida

observatory_150105Muitas sondas apenas desligam, vagando silenciosamente pelo espaço depois de suas missões terem chegado ao fim, mas não a GRAIL. As sondas gêmeas GRAIL (Gravity Recovery and Interior Laboratory) da NASA terminaram sua missão no dia 17 de Dezembro de 2012, quando elas intencionalmente se chocaram com uma montanha perto do polo norte da Lua.

A missão de sucesso para estudar o interior da Lua ainda conseguiu no final de sua atividade dar mais uma contribuição para a ciência: com a queda das naves, uma nuvem de poeira e gás com cada impacto subiu da superfície da Lua, e os pesquisadores esperam com isso descobrir algo mais sobre a composição da Lua. Contudo, com a Lua localizada a aproximadamente 380000 quilômetros de distância da Terra, as plumas de impacto seriam difíceis de serem observadas da Terra. Felizmente as sondas GRAIL tinham companhia na órbita da Lua. A sonda Lunar Reconnaissance Orbiter, ou LRO da NASA também orbita o nosso satélite, e está sempre super ocupada fazendo imagens de alta resolução e mapas da superfície lunar. Assim, os cientistas da LRO planejaram para que a sonda passasse no lugar correto e na hora correta para que pudesse testemunhar o final trágico da missão GRAIL.

“Nós fomos informados pela equipe da missão GRAIL aproximadamente três semanas antes de onde exatamente aconteceria o impacto”, disse o cientista de projeto da LRO John Keller do Goddard Space Flight Center da NASA em Greenbelt, Md. “O foco da equipe da missão GRAIL foi obter as medidas de gravidade de mais alta resolução possível das últimas órbitas das sondas, o que levou a uma grande incerteza sobre a posição correta de onde aconteceria o impacto programado”.

A sonda LRO estava somente a 160 km de distância da superfície lunar no momento do impacto e as variações na gravidade das feições massivas como as montanhas lunares  alteraram a órbita da sonda.

O local estava na sombra no momento do impacto, então a equipe da LRO teve que esperar até que as plumas surgissem altas o suficiente para estarem na luz do Sol para que fossem observadas. O Lyman Alpha Mapping Project (LAMP), um espectrógrafo de imageamento ultravioleta a bordo da sonda, observou mercúrio e um aumento do hidrogênio atômico nas plumas.

“A observação de mercúrio é consistente com o que a equipe da sonda LRO observou do impacto da LCROSS em Outubro de 209”, disse Keller. “A LCROSS (Lunar CRater Observation and Sensing Satellite) observou significantes quantidades de mercúrio, mas o local da LCROSS estava na base da cratera Cabeus, que não via a luz do Sol por mais de bilhões de anos e por isso era extremamente frio”.

A Lunar Reconnaissance Orbiter Camera da sonda LRO foi capaz de fazer uma imagem das crateras de impacto das sondas da missão GRAIL apesar de seu tamanho diminuto.

As duas sondas eram relativamente pequenas, cubos com o tamanho aproximado de uma máquina de lavar roupas com uma massa de 200 kg cada uma no momento do impacto. As sondas estavam viajando a aproximadamente 3800 km/h, quando se chocaram com a superfície da Lua.

“Ambas as crateras são relativamente pequenas entre 4 e 6 metros de diâmetro e ambas são apagadas, escuras e com padrões de ejeção que são incomuns”, disse Mark Robinson, principal investigador da LROC na Universidade Estadual do Arizona em Tempe, no Arizona. “Crateras de impacto recente na Lua, normalmente são brilhantes, mas essas são escuras pelo fato do material da sonda ter se misturado com o material ejetado”.

“Ambos os locais de impacto localizam-se no talude sul de um maciço em nome, ou seja, uma montanha, que localiza-se ao sul da cratera Mouchez e a nordeste da cratera Philolaus”, disse Robinson. “O maciço tem 2500 metros de altura acima da planície ao redor. Os locais de impacto estão a uma altura de aproximadamente 700 metros e 1000 metros respectivamente, aproximadamente 500 e 800 metros abaixo do cume. As duas crateras de impacto estão separadas por aproximadamente 2200 metros. A sonda GRAIL B (chamada de Flow) se chocou na Lua 30 segundos depois da sonda GRAIL A (Ebb) no local a oeste e a norte da GRAIL A”.

A sonda Lunar Reconnaissance Orbiter complementou a missão GRAIL de outras maneiras. O radiômetro lunar Diviner da LRO observou o local de impacto e confirmou que a quantidade de calor da superfície para a pequena sonda GRAIL estava dentro do esperado. O instrumento Lunar Orbiter Laser Altimeter, ou LOLA, da sonda LRO atirou e recebeu de volta pulsos laser da superfície para construir um mapa preciso do terreno lunar, incluindo feições estruturais como montanhas e crateras em 3D.

“Combinando o mapa topográfico feito pelo instrumento LOLA da LRO com o mapa de gravidade da missão GRAIL podemos ter resultados interessantes”, disse Keller. “Você espera que áreas com montanhas terão uma gravidade um pouco mais forte, enquanto que feições como as crateras terão uma gravidade menor. Contudo, quando você subtrai a topografia, você tem outro mapa que revela a diferença de gravidade que não se ajustam com a superfície. E esse mapa nos dá uma ideia sobre as estruturas mais profundas do interior da Lua”.

A missão GRAIL foi gerenciada pelo JPL para o Science Mission Directorate da NASA em Washington. A missão GRAIL é parte do Discovery Program gerenciado no Marshall Space Flight Center da NASA em Huntsville, Ala. A empresa Lockheed Martin Space Systems em Denver construiu as naves.

Para acessa o kit de imprensa e outras informações da missão GRAIL visitem: http://www.nasa.gov/grail . Você pode seguir o JPL News no Facebook em:http://www.facebook.com/nasajpl e no Twitter em: http://www.twitter.com/nasajpl .

A pesquisa foi fomentada pela missão LRO, atualmente sob o Science Mission Directorate da NASA na sede da agência em Washingotn. A LRO é gerenciada pelo Goddard Space Flight Center da NASA em Greenbelt, Md.

As imagens são postadas em: http://www.nasa.gov/mission_pages/LRO/news/grail-results.html

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Fonte:

http://www.jpl.nasa.gov/news/news.php?release=2013-103&cid=release_2013-103&msource=2013103

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Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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