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Sonda LRO Registra Degraus de Rochas de Embasamento No Topo de Avalanches Em Cratera na Lua


Esses degraus representam camadas de rochas verdadeiras que de algum modo sobreviveram à compressão e ao soerguimento com a seguinte formação desse pico central, ou são expressões de conexão entre o embasamento fraturado? Muitos exemplos de camadas de fluxos de lava têm sido identificados dentro dos depósitos de mares através da Lua, mas esses têm sido identificados como exposições nas paredes das crateras ou paredes laterais de cavidades verticais existentes dentro dos mares. As camadas de rochas no pico central podem ser mais difíceis de serem observadas.

A física do impacto que gera crateras descreve a maneira como uma rocha pode responder à onda de choque de alta energia na formação e o decaimento. O pico central de uma cratera complexa representa o material que antes do impacto se localizava abaixo da superfície da Lua, mas que foi exposto pelo rebote que seguiu a compressão durante o evento de impacto. O fenômeno da formação do pico central em crateras da Lua é semelhante ao processo que ocorre quando uma gota cai num lago ou num lugar com água parada . Essa é a imagem análoga do fenômeno que acontece como o resultado de um impacto em um alvo com um bom campo de gravidade.

Enquanto que uma deformação considerável das camadas atingidas é esperada , vestígios dessas camadas podem sobreviver ao impacto e tornarem-se preservados no pico central. As feições apresentadas nas imagens da Lua aqui mostradas feitas pela sonda LRO são expostas pela erosão causada pela a atividade de avalanche, e revelam assim as rochas do embasamento que até então estavam abaixo da superfície da Lua.

Na Lua, a junção das rochas pode ser causada pelas tensões de maré trabalhando durante o tempo para enfraquecer as rochas. Uma vez unidos, os fragmentos são mais facilmente erodidos, e tendem a se quebrar em blocos, o que pode ou não dar uma aparência de verdadeiras camadas estratigráficas. Pelo fato de se esperar que a energia do impacto pelo menos destrua parcialmente as estruturas finas nas camadas, pode ser difícil diferenciar os dois tipos de bancos de degraus em um afloramento. O mosaico feito com a câmera WAC mostra o pico central e a cratera Langrenus na Lua, com a imagem principal mostrada aqui indicada por um quadrado vermelho.

Fonte:

http://lroc.sese.asu.edu/news/index.php?/archives/467-At-the-Top-of-the-Avalanche.html


Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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