No dia 6 de Setembro de 2011, a equipe da sonda LRO lançou novas imagens que mostravam em alta resolução o local de pouso de algumas missões Apollo, especificamente em 6 de Setembro, mostrou-se o local de pouso da Apollo 17. No dia de hoje, 8 de Setembro de 2011, a equipe da sonda LRO lançou as imagens que mostram em detalhe outro local de pouso, agora, a missão contemplada é a Apollo 14.
O que se pode ver melhor no local de pouso da Apollo 14 nessas novas imagens se comparada com uma versão prévia desse local de pouso também imageado pela sonda LRO e que é mostrado abaixo? A principal diferença é o aumento considerável da resolução, com esse aumento foi possível identificar as mochilas dos astronautas, ou os PLSS, o pequeno carrinho de mão de duas rodas o chamado Modularized Equipment Transporter ou MET, que os astronautas usaram par transportar ferramentas e amostras de rochas coletadas durante o passeio pela Lua e a antena de grande ganho, ou a HGEA. É possível ver também uma das pernas do módulo lunar que aparece na posição de 7 horas no estágio de descida. O tamanho do pixel na imagem NAC não é grande o suficiente para que todos os objetos sejam resolvidos, mas nós podemos detectar que todos estão ali. Somente através da comparação com fotografia em superfície feita pelos astronautas é que nós podemos identificar os objetos menores que foram deixados ali pelos astronautas. Com um tamanho de pixel menor nós podemos começar a resolver o módulo de descida, podendo ver sua forma, os diferentes níveis e as escadas.
A cratera do Cone foi o principal alvo científico da missão de Al Shepard e Ed Mitchell. As crateras de impacto espalham seu material ejetado de uma maneira bem previsível. As bordas externas do material ejetado são compostas principalmente de material da superfície ou de uma região próxima à superfície onde o bólido se chocou, enquanto que o material ejetado no anel da cratera vem das regiões mais profundas escavadas durante o impacto. Assim, temos uma maneira simples de caminhar em direção à cratera e coletar as amostras de modo que possamos posteriormente reconstruir com precisão como era a subsuperfície no local do impacto. Bem, isso é “simples” no conceito.
Imagine escalar os flancos da cratera Cone sem bússola, a Lua não possui um campo magnético que permita que se use uma bússola, somente usando um mapa bem geral da região, carregando uma mochila superpesada, puxando um carrinho de duas rodas carregado de ferramentas e rochas, com uma visão restrita dentro do capacete e com um tempo muito bem contado. Al e Ed fizeram essa missão e chegaram bem perto de completar, eles atingiram a chamada rocha Saddlle que fica somente a 20 ou 30 metros do anel da cratera. Contudo, os astronautas não sabiam que estavam tão perto. Durante a travessia eles ficaram temporariamente perdidos sem saber ao certo a localização em que estavam. Eles então voltaram para a base, conseguiram completar 100% do trabalho geológico que lhes foi passado e só faltou mesmo observar o interior da cratera Cone.
O rastro deixado pelos astronautas não são tão claros próximos da cratera do Cone. Aqui os astronautas estavam fora da área que foi perturbada pelo motor de descida do módulo lunar. Esse material remexido criou um halo brilhante em todos os locais de pouso, isso se deve provavelmente às partículas mais finas que foram sopradas para longe a partir do ponto logo abaixo do motor nos segundos finais do pouso. Essas partículas brilhantes foram dispersas mais ou menos ao redor do Módulo Lunar criando o efeito de halo. Enquanto os astronautas caminhavam ao redor eles remexiam com o material mais escuro e mais superior do solo abaixo do halo criando os rastros distintos. Fora do halo o solo remexido pelos astronautas não tinha muito contraste e por isso é difícil de ver o rastro deixado pelos astronautas longe do halo brilhantes.
Fonte:
http://lroc.sese.asu.edu/news/index.php?/archives/455-On-the-rim!.html