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14 de dezembro de 2024

Sonda LRO da NASA Registra Fantástico Depósito de Material Derretido por Impacto na Lua

A descoberta dos depósitos formados por material derretido por impacto na Lua não é algo novo, grandes depósitos de material derretido por impacto foram observados nas imagens da era da missão Apollo. Contudo, as imagens em alta resolução da câmera NAC da sonda LRO fornecem imagens dos fluxos derretidos que são muito melhores, belas e complexas do que os geólogos lunares pudessem imaginar. Depósitos de material derretido não são limitados ao interior das crateras, esse tipo de depósito é também observado nas paredes das crateras e nas partes externas das crateras da Lua. A imagem acima mostra a porção distal, de algumas centenas de metros, de um depósito de material derretido por impacto de alguns quilômetros de comprimento que fluiu para longe do anel da cratera através da cobertura continua de material ejetado dessa cratera. Existem ainda pedaços de rocha com diâmetros aproximados entre 5 e 10 metros entrando dentro do material derretido por impacto.

A cratera sem nome tem uma idade Copérnica, e aproximadamente 3 km de diâmetro, e possui impressivos e complexos conjuntos de depósitos de material derretido por impacto. Existem regiões onde o material derretido por impacto sofreu erosão ao longo de partes do fluxo, que parecem ser frentes do fluxo derretido. Em alguns lugares, a erosão dá uma ilusão de ondas cruzando a paisagem, o que pode refletir o processo da deposição de material derretido em estágios. Existem também locais dentro do fluxo onde os lobos quebrados fluíram sobre a superfície do maior depósito de material derretido por impacto.

A presença de lobos sobrepostos pode sugerir que existiram distintas fases de deposição. Contudo, a formação de uma cratera de impacto com diâmetro aproximado de 3 km é quase que um evento instantâneo, levando não mais de um ou dois minutos para se formar e gerar tanto a cobertura de material ejetado como o respingo de material derretido do interior da cratera. Provavelmente o material derretido por impacto foi depositado em um curto espaço de tempo, numa rápida sucessão de múltiplos estágios. O lobo que aparece na imagem acima sugere que o material derretido por impacto foi depositado em diferentes tempos e/ou por fluxos que ocorreram seguidos de uma interrupção, mecanismo similar aos fluxos de basalto no Havaí. Uma hipótese alternativa é que essas feições podem ter se formado através da coalescência do material derretido enquanto esse material ainda era fluido e fluía, seguindo a inclinação local do talude até que o material derretido esfriasse. Até o momento não sabemos qual a hipótese válida. Análises adicionais, como a criação de um modelo digital de terreno seriam úteis pois seria possível acessa medidas de inclinação do talude e assim fazer estimativas na quantidade de energia potencial necessária para que o material derretido por impacto líquido pudesse fluir até onde foi observado.

Fonte:

http://lroc.sese.asu.edu/news/index.php?/archives/418-Splash-and-flow.html

Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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