As Luas Galileanas, nomeadas em homenagem a Galileo Galilei, que as observou pela primeira vez em 1610, continuam a ser um significativo objeto de estudo na ciência planetária. Durante décadas, cientistas têm sido imensamente fascinados por esses satélites, especialmente as três luas geladas – Europa, Ganimedes e Calisto – que possivelmente têm oceanos que suportam vida. A lua Io, no entanto, também tem sido um ponto focal de interesse devido à sua notável atividade vulcânica.
A atividade vulcânica em Io é tão intensa que as plumas de lava podem atingir de 300 a 500 km no espaço. Desde 2016, a sonda Juno da NASA tem fornecido imagens impressionantes de Io, enquanto continua a orbitar seu principal objetivo científico, Júpiter. A observação contínua de Io ajuda na compreensão da dinâmica da atividade vulcânica e oferece oportunidades únicas para entender a geologia planetária.
Em 31 de julho de 2023, a câmera principal da Juno (JunoCam) capturou uma imagem do vulcão ativo Prometheus, localizado dentro de uma cratera vulcânica de 28 km de largura, conhecido por suas erupções regulares, ganhando o apelido de “Old Faithful de Io”. A imagem foi compartilhada pela Divisão de Ciência Planetária da NASA no Twitter, aumentando a conscientização pública.
Durante a órbita cinquenta e três de Júpiter, a sonda circulou o gigante gasoso de polo a polo, observando tempestades elétricas, ciclones e nuvens filamentares na atmosfera de Júpiter. A sonda também fez sua passagem mais próxima a Io, chegando a 22.000 km da superfície da lua. A proximidade progressiva da Juno a Io indica uma abordagem direcionada ao estudo.
Em um sobrevoo anterior de Io, em 16 de maio, a Juno passou a 35.600 km da superfície e capturou imagens da região de Volund, famosa por seus dois vulcões ativos, mostrando evidências de erupções. Essas “manchas” na paisagem foram consideradas uma “prova concreta” de plumas vulcânicas.
A missão decidiu aproveitar este último e mais próximo sobrevoo para examinar a superfície de Io e reunir mais dados sobre suas muitas regiões vulcânicas. Informações extensas foram coletadas pelo Mapeador Auroral Infravermelho Joviano (JIRAM), fornecido pela Agência Espacial Italiana (ASI), e outros instrumentos científicos. Esses dados devem fornecer insights adicionais sobre as centenas de vulcões que regularmente derramam lava e gases sulfurosos em toda a superfície da lua e sua tênue atmosfera.
Embora os vulcões de Io tenham sido fotografados repetidamente nos últimos três décadas por três espaçonaves da NASA (Galileo, New Horizons e Juno), os cientistas continuam entusiasmados com as novas imagens das erupções na lua. A missão Juno, originalmente planejada para durar até 2020, foi estendida duas vezes, agora até setembro de 2025, e espera-se que faça mais duas passagens próximas a Io.
As imagens brutas estão disponíveis no site da JunoCam, e outras versões dos produtos de dados estão disponíveis para download e processamento, encorajando o engajamento público e o processamento amador. A JunoCam é supervisionada por pesquisadores do Southwest Research Institute (SwRI) em San Antonio, Texas, refletindo um ambiente científico colaborativo.
A missão Juno representa um marco significativo na nossa compreensão do sistema de Júpiter. A contínua fascinação pelas Luas Galileanas sublinha a sua importância na exploração espacial. O estudo de outras Luas Galileanas, como Europa, Ganimedes e Calisto, permanece significativo, e o potencial de vida nos oceanos dessas luas adiciona ao fascínio. A abordagem multifacetada da observação da Juno, incluindo fenômenos meteorológicos e atmosféricos, garante uma compreensão abrangente, enquanto o foco tanto na imagem óptica quanto térmica adiciona profundidade ao estudo. A missão bem-sucedida até agora encoraja futuras explorações das luas de Júpiter, e a natureza dinâmica da missão reflete sua adaptabilidade em focar em novas áreas de interesse.
Fonte:
https://www.universetoday.com/162752/juno-shares-stunning-new-images-of-jupiters-volcanic-moon-io/