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Sonda Japonesa Akatsuki Entra Na Órbita de Vênus E Manda Primeiras Imagens

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Os cientistas japoneses lançaram no dia 9 de Dezembro de 2015, as primeiras imagens de Vênus capturadas pela sonda Akatsuki, depois dela ter entrado na órbita do planeta, dando início às observações da atmosfera do planeta que irá durar alguns anos.

A Agência Espacial Japonesa, a JAXA, também confirmou que a Akatsuki está em uma boa órbita ao redor de Vênus, depois de utilizar quatro motores da sonda por 20 minutos para colocá-la em órbita no dia 6 de Dezembro de 2015 às 21:51 hora de Brasília.

Os engenheiros disseram no dia 7 de Dezembro que as operações realizadas com os motores foram bem sucedidas, mas que levaram dois dias para que as estações em Terra monitorassem cuidadosamente a trajetória da Akatsuki e verificasse os parâmetros de sua órbita.

Os motores colocaram a Akatsuki numa órbita altamente elíptica, fazendo com que ela varie de 440000 quilômetros até 400 quilômetros acima da superfície do planeta Vênus.

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A órbita é levemente mais baixa do que se previa, uma indicação que a manobra superou as expectativas, gerando um impulso extra para fazer com que a Akatsuki passe um pouco mais perto de Vênus do que estava preparado.

A sonda atualmente leva 13 dias e 14 horas para dar uma volta ao redor do planeta, um pouco menos dos 15 dias planejados anteriormente.

A sonda está orbitando Vênus na mesma direção da rotação do planeta, com uma inclinação de 3 graus com relação ao equador de Vênus. O valor da inclinação é quase que o previsto anteriormente.

A Akatsuki entrou na órbita de Vênus depois de uma missão de cinco anos, pelo Sistema solar, uma viagem que foi estendida depois que a sonda perdeu a oportunidade de entrar na órbita de Vênus em Dezembro de 2010. Esse erro fez com que a Akatsuki tivesse que enfrentar condições extremas do clima espacial e temperaturas também extremas, bem mais altas do que as planejadas, e os engenheiros tiveram que passar o comando para os motores secundários, para realizar a manobra de entrada na atmosfera de Vênus, depois da falha ocorrida em 2010, depois que os motores principais ficaram danificados.

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Os engenheiros estavam cautelosamente otimistas à medida que a Akatsuki caminhava em direção a Vênus, mas os gerentes de missão sabiam que a manobra seria altamente arriscada.

Mas a queima dos motores ocorreu sem nenhum problema, fazendo com que a Akatsuki seja atualmente a única sonda a operar na órbita de Vênus, e a primeira nave japonesa a entrar na órbita de outro planeta.

Os controladores ativaram três das cinco câmeras da Akatsuki antes da sonda chegar em Vênus, e a JAXA publicou as primeiras imagens nessa quarta-feira, dia 9 de Dezembro de 2015. As outras duas câmeras da sonda estão programadas para entrarem em operação nas próximas semanas.

O conjunto de câmeras na Akatsuki, que também é chamada de Venus Climate Orbiter, inclui duas câmeras para ver Vênus em dois comprimentos de infravermelho, uma câmera de infravermelho de onda longa, um sensor ultravioleta e um instrumento para identificar raios na atmosfera venusiana.

Cada câmera é desenhada para estudar uma parte diferente da atmosfera super espessa ao redor de Vênus que bloqueia a visão de sua superfície.

“De grandes distâncias, nós monitoramos continuamente a dinâmica da atmosfera e das nuvens em escala global, e claro, das distâncias menores, nós faremos imagens detalhadas da atmosfera, da superfície e poderemos observar raios e brilhos na atmosfera quando a sonda estiver na sombra de Vênus”, disse Takeshi Imamura, cientista de projeto da Akatsuki no Instituto do Espaço e de Ciência Astronáutica da JAXA.

A missão irá observar as condições de clima em Vênus, observando os padrões de nuvens acima da superfície e as estruturas de rotação das nuvens que dominam a atmosfera superior de Vênus. A câmera ultravioleta também irá rastrear o dióxido de enxofre, um precursor para a formação de nuvens em Vênus.

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Os cientistas esperam ver a superfície de Vênus com uma das câmeras infravermelhas da Akatsuki, com o objetivo de encontrar vulcões ativos. O casulo de nuvens ao redor de Vênus não deixa com que as câmeras de luz visível observem através das nuvens e observe o solo de Vênus.

Os dados enviados pela Akatsuki podem também revelar pistas sobre como as nuvens se formam em Vênus, com as medidas de dióxido de enxofre, o vapor d’água e o monóxido de carbono.

Os pesquisadores também planejam medir as ondas de rádio transmitidas através da atmosfera do planeta para medir seu perfil.

A órbita da Akatsuki é muito mais distante de Vênus do que se a sonda tivesse entrado em órbita em 2010. Os motores de controle de atitude da sonda tiveram potência suficiente para colocar a Akatsuki na órbita, mas somente seu motor principal poderia levar a sonda para mais perto de Vênus.

Imamura disse que os engenheiros subiram um novo software na Akatsuki para ver Vênus melhor desde a órbita mais alta da sonda, reduzindo o volume de dados que serão enviados para a Terra.

“Combinando essa informação, nós podemos modelar em 3D a estrutura da atmosfera e das nuvens de Vênus”, disse Imamura.

A câmera ultravioleta da Akatsuki, o imageador infravermelho de um mícron e o instrumento de infravermelho de onda longa estão prontos para as observações, disse a JAXA. A câmera de infravermelho de dois mícrons, o detector de raios e o oscilador de rádio para as medidas de perfil atmosférico da Akatsuki serão checados e colocados em operação em breve.

A equipe de terra da missão guiará a Akatsuki para mais próximo de Vênus nos próximos meses, eventualmente colocando a sonda numa órbita de nove dias ao redor do planeta.

As observações regulares estão programadas para começarem em Abril de 2016.

Antes da Akatsuki chegar em Vênus, Imamura disse que os engenheiros havia previstos que a sonda tivesse combustível suficiente para no mínimo dois anos de operações, mas isso pode ser refinado depois da checagem do equipamento e dos resultados obtidos após a queima de motor realizada para colocar a sonda em órbita de Vênus.

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Fonte:

http://spaceflightnow.com/2015/12/09/akatsuki-probe-relays-its-first-images-from-venus-orbit/

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Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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