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25 de dezembro de 2024

Sonda da NASA Observa Tempestade Cósmica de Neve Durante Encontro com Cometa

O recente encontro da missão EPOXI com o cometa Hartely 2 forneceu para os cientistas as primeiras imagens claras o suficiente para unir os jatos de poeira e gás com feições específicas na superfície. A NASA e outros cientistas começaram a analisar as imagens com mais cuidado agora que passou a euforia.

A missão EPOXI revelou uma tempestade de neve cometária criada por jatos de dióxido de carbono que expeliram toneladas de partículas de gelo do tamanho de bolas de golfe até partículas com o tamanho de bolas de basquete desde as partes terminais do cometa em forma de pepino. Ao mesmo tempo diferentes processo causaram o escape do vapor d’água desde a seção intermediária do cometa que é mais suave. Essas informações trazem nova luz na identificação da natureza dos cometas e dos próprios planetas.

Os cientistas comparam os novos dados com os dados obtido de outro cometa visitado anteriormente pela Deep Impact e viram algo diferente no Hartley 2. Em 2005 a sonda visitou com sucesso e lançou uma mini sonda de impacto no cometa Tempel 1, enquanto o observava durante o sobrevoo.

“Essa é a primeira vez que vemos pedaços de gelo individuais na nuvem ao redor do cometa ou jatos definitivamente energizados pelo gás dióxido de carbono”, disse Michael A’Heran, principal pesquisador da missão na University of Maryland. “Nós procuramos por essas partículas de gelo ao redor do Tempel 1 mas não as encontramos”.

As novas descoberta mostram que o Hartley 2 age de fora diferente do Tempel 1 ou dos três outros cometas que tiveram imagens de seu núcleo feitas por uma sonda. O  dióxido de carbono parece ser a chave do entendimento do Hartley 2 e explica por que as áreas suaves e rugosas do cometa respondem de forma diferente ao aquecimento do Sol e também possuem mecanismos diferentes para o escape de água do interior do cometa.


“Quando nós olhamos pela primeira vez essas partículas ao redor do núcleo ficamos de boca aberta”, disse Pete Schultz, co-pesquisador da missão EPOXI na Brown University. “Imagens estereográficas revelam que existem bolas de neve na frente e atrás do núcleo, montando uma cena parecida com a que se observa nos pequenos globos de cristais que possuem flocos dentro”.

Os dados mostram que a área suave do Hartley 2 parece e se comporta como a maioria das superfícies do cometa Tempel 1, com a água evaporando abaixo da superfície e percolando a poeira externa. Contudo as áreas rugosas do Hartley 2 com jatos de dióxido de carbono ejetando partículas de gelo são muito distintas.

“Os jatos de dióxido de carbono expulsam gelo de água de locais específicos nas áreas rugosas resultando em uma nuvem de gelo e neve”, disse Jessica Sunshine. “Abaixo da região suave na área central, o gelo de água se torna vapor de água que flui através dos poros resultando em uma área próxima do cometa repleta de vapor de água”.

Engenheiros no Laboratório de Propulsão a Jato da NASA em Pasadena, na Califórnia, têm procurado por sinais de partículas de gelo que atingiram a sonda. Ele conseguiram identificar nove vezes que partículas de neve com um tamanho e com uma massa menor do que um floco de neve atingiram a sonda, mas não a danificou.

“A sonda Deep Impact que cumpriu a missão EPOXI navegou através das emissões de gelo do Hartley 2 trabalhando de forma magnífica e fazendo imagens espetaculares do cometa como era planejado”, disse Tim Larson, gerente de projeto da missão EPOXI no JPL.

Os cientistas precisarão de análises mais detalhadas para determinar pro quanto tempo essa tempestade de neve fica ativa, e se as diferenças nas atividades entre a região central e as regiões terminais do cometa são o resultado de como ele se formou a 4.5 bilhões de anos atrás ou se são causadas por efeitos de evolução mais recentes.

Fonte:

http://www.jpl.nasa.gov/news/news.cfm?release=2010-387&cid=release_2010-387&msource=e20101118&tr=y&auid=7384691

Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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