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Sonda Cassini da NASA Registra Imagens e Sons da Gigantesca Tempestade em Saturno

Os cientistas analisando os dados obtidos pela sonda Cassini da NASA conseguiram pela primeira vez detalhes da tempestade de Saturno que tem um tamanho oito vezes maior que a área superficial da Terra.

No dia 5 de Dezembro de 2010, a Cassini detectou pela primeira vez a tempestade que só tem aumentado desde então. Ela aparece na posição aproximada de 35 graus de latitude norte de Saturno. As imagens obtidas pelas câmeras da Cassini mostram a tempestade cobrindo todo o planeta numa aproximada de 4 bilhões de quilômetros quadrados.

A tempestade é aproximadamente 500 vezes maior do que a maior tempestade registrada anteriormente pela Cassini durante alguns meses de 2009 a 2010. Os cientistas estudaram os sons dos raios da nova tempestade e analisaram as imagens feitas entre Dezembro de 2010 e Fevereiro de 2011. Os dados obtidos pelo instrumento de rádio e da ciência de onda de plasma da Cassini mostraram que os raios aparecem com uma taxa dez vezes mais frequentes do que as observadas em outras tempestades monitoradas pela sonda Cassini, desde que a sonda chegou em Saturno em 2004. Os dados e as análises aparecem publicados na edição de 6 de Julho de 2011 da revista Science e é reproduzido no final desse post.

“A Cassini está nos mostrando que Saturno é bipolar”, disse Andrew Ingersoll, um dos autores do estudo e um membro da equipe de imageamento da Cassini que fica baseado no California Institute of Technology em Pasadena, na Califórnia. “Saturno não é como a Terra ou Júpiter, onde as tempestades são bem frequentes. O clima em Saturno aparece ter ficado plácido por anos até explodir violentamente. Eu estou muito animado em ver um clima tão espetacular bem na nossa frente”.

No seu momento mais intenso, a tempestade gerou mais de 10 raios por segundo. Mesmo com a resolução de milissegundo o instrumento de rádio e da ciência de onda de plasma da sonda dificilmente separou os sinais individuais dos raios durante o período mais intenso da tempestade. Os cientistas criaram um arquivo de som com os dados obtidos em 15 de Março num período de intensidade um pouco menor.

A sonda Cassini detectou 10 tempestades com raios em Saturno desde que a sonda entrou na órbita do planeta e seu hemisfério sul experimentou o verão, com total iluminação solar e sem as sombras dos anéis. Essas tempestades rolam através de uma área no hemisfério sul conhecida como “Alameda das Tempestades”. Mas a iluminação do Sol virou por volta de Agosto de 2009, quando o hemisfério norte começou a experimentar a primavera.

“Essa tempestade é excitante pois ela mostra como a mudança nas estações e a mudança na iluminação solar podem dramaticamente perturbar o clima em Saturno”, disse Georg Fischer, principal autor do artigo membro da equipe do instrumento de rádio e da ciência da onda de plasma da Cassini, que fica baseado na Austrian Academy of Sciences em Graz. “Nós estamos observando as tempestade em Saturno por quase sete anos, desse modo identificar uma tempestade tão diferente das outras nos chamou muito a atenção”.

Os resultados sobre a tempestade de Saturno são as primeiras atividades da nova campanha “Saturn Storm Watch”. Durante esse esforço, a sonda Cassini fará buscas nas localizações mais prováveis para o aparecimento de tempestades em Saturno entre as datas programadas para as observações. No mesmo dia que o instrumento de rádio e da ciência da onda de plasma detectou o primeiro raio, as câmeras da Cassini foram apontadas para mesma posição como parte da campanha e conseguiu registrar uma imagem de uma pequena, mas brilhante nuvem.

Pelo fato da análise dessa imagem não ter sido completa imediatamente, Fischer enviou uma notícia para toda a comunidade de astrônomos amadores incentivando a obtenção de mais imagens. Assim, uma enxurrada de imagens amadoras ajudou os cientistas a perseguirem a tempestade à medida que ela crescia rapidamente dando a volta ao redor do planeta no final de Janeiro de 2011.

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Os novos detalhes sobre essa tempestade complementam as perturbações atmosféricas descritas recentemente pelos cientistas usando o espectrômetro infravermelho composto da Cassini e o Very Large Telescope do ESO. A tempestade é a maior já observada pela sonda desde que ela está orbitando ou mesmo voando sobre Saturno. O Telescópio Espacial Hubble da NASA registrou em 1990 imagens de uma tempestade em Saturno também enorme.

Fonte:

http://www.jpl.nasa.gov/news/news.cfm?release=2011-203&cid=release_2011-203&msource=11203&tr=y&auid=8612575

Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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