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Sonda Cassini da NASA Faz Novas Imagens Dos Lagos No Hemisfério Norte de Titã

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observatory_1501053Com o Sol agora brilhando baixo sobre o polo norte da lua de Saturno, Titã, uma sorte com o clima e com as trajetórias colocou a sonda em posições ótimas de visualização. Nessas posições a sonda Cassini da NASA obteve novas imagens dos lagos e mares de metano e etano líquidos que residem perto do polo norte de Titã. As imagens revelam novas pistas sobre como os lagos se formaram e sobre o ciclo hidrológico de Titã, parecido com o da Terra que envolve hidrocarbonetos ao invés de água.

As novas imagens estão disponíveis online, em: http://www.nasa.gov/mission_pages/cassini/multimedia/index.html.

Enquanto que no polo sul de Titã existem um grande lago e poucos lagos menores, quase todos os lagos de Titã aparecem perto do polo norte da lua. Os cientistas da sonda Cassini têm sido capazes de estudar boa parte do terreno com radar, que penetra pelas nuvens e pela espessa névoa de Titã. E até agora, o espectrômetro de mapeamento visual e infravermelho da Cassini e o subsistema de imagens científicas somente tinham sido capazes de capturar visões parciais ou oblíquas dessa área.

Alguns fatores foram combinados recentemente para dar a esses instrumentos grandes oportunidades de observação. Dois recentes sobrevoos forneceram uma melhor geometria de observação. A luz do Sol tinha começado a aparecer da escuridão do inverno que cobria o polo norte de Titã, quando a sonda Cassini chegou ao sistema de Saturno a nove anos atrás. Uma espessa capa de névoa que uma vez cobria o polo norte, agora também se dissipou à medida que o verão no hemisfério norte se aproxima. E as condições ótimas enfrentadas pela Cassini de um clima livre de chuva e de nuvens continuou durante os sobrevoos da sonda nesse último verão.

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As imagens são mosaicos gerados na luz infravermelho com base nos dados obtidos durante os sobrevoos de Titã em 10 de Julho, 26 de Julho e 12 de Setembro de 2013. O mosaico colorido obtido pelo espectrômetro de mapeamento visual e infravermelho, que mapeia as cores infravermelhas em cores visíveis do espectro, revelou diferenças na composição do material ao redor dos lagos. Os dados sugerem que parte dos lagos e mares de Titã podem ter se evaporado e sido deixados para trás no equivalente a Titã dos platôs de sal encontrados na Terra. Somente em Titã, acredita-se que o material evaporado seja compostos químicos orgânicos originalmente das partículas da névoa de Titã que uma vez se dissolveram em metano líquido. Eles aparecem laranja na imagem contra o fundo esverdeado do embasamento de gelo de água típico em Titã.

“A visão do espectrômetro de mapeamento infravermelho e visual da Cassini nos dá uma visão holística de uma área que nós somente tínhamos observado em pequenos pedaços antes e em baixa resolução”, disse Jason Barnes, um cientista participante para o instrumento na Universidade de Idaho em Moscow. “As imagens no revelam que o polo norte de Titã é muito mais interessante do que pensávamos, com uma complexa inter-relação de líquidos em lagos e mares e depósitos deixados pela evaporação de antigos lagos e mares”.

As imagens no infravermelho próximo obtidas pelas câmeras da Cassini mostram uma unidade brilhante do terreno na terra a norte dos lagos que não tinha sido anteriormente vista nos dados. A área brilhante sugere que a superfície aqui é única se comparada com o resto de Titã, o que poderia explicar por que quase todos os lagos são encontrados nessa região. Os lagos de Titã possuem uma forma muito distinta – com uma silhueta arredondada e laterais íngremes – e uma variedade de mecanismos de formação foram propostos. As explicações variam desde o colapso de terra depois de uma erupção vulcânica até um terreno cárstico, onde os líquidos dissolveram o embasamento. Terrenos cárstico na Terra podem criar uma topografia espetacular como as Cavernas Carlsbad no Novo México.

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“Mesmo desde que os lagos e os mares foram descobertos, nós nos perguntamos por que eles estão concentrados nas altas latitudes norte”, disse Elizabeth (Zibi) Turtle, uma associada da equipe de imageamento da sonda Cassini baseada no Johns Hopkins Applied Physics Laboratory, em Laurel, Md. “Então, observamos que existe algo especial sobre a superfície nessa região e que é uma grande pista para nos ajudar a chegar mais perto de explicações possíveis”.

Lançada em 1997, a sonda Cassini tem explorado o sistema de Saturno desde 2004. Um ano completo em Saturno dura cerca de 30 anos terrestres, e a Cassini tem sido capaz de observar quase que um terço de um ano em Saturno. Nesse período de tempo, Saturno e suas luas têm sido vistas mudando suas estações desde o inverno no hemisfério norte para o verão no hemisfério norte.

“Os lagos na região norte de Titã são os mais parecidos com a Terra e os mais intrigantes do Sistema Solar”, disse Linda Spilker, cientista de projeto da Cassini, baseada no Laboratório de Propulsão a Jato da NASA em Pasadena na Califórnia. “Nós sabemos que os lagos aqui mudam com as estações, e a longa missão da Cassini em Saturno nos dá uma oportunidade para observar as mudanças de estações em Titã também. Agora que o Sol está brilhando no norte e nós temos essas visões maravilhosas, nós podemos começar a comparar os diferentes conjuntos de dados e começar a pensar do que os lagos de Titã são feitos perto do polo norte”.

A missão Cassini-Huygens é um projeto cooperativo da NASA, da Agência Espacial Europeia e da Agência Espacial Italiana. O JPL gerencia a missão para o Science Mission Directorate da NASA em Washington. O Instituto de Tecnologia da Califórnia em Pasadena, gerencia o JPL para a NASA. A equipe do VIMS fica baseada na Universidade do Arizona em Tucson. O centro de operações de imageamento fica baseado no Space Science Institute em Boulder, no Colorado.

Para mais informações sobre a missão da Cassini, visite: http://www.nasa.gov/cassini e http://saturn.jpl.nasa.gov .

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Fonte:

http://www.jpl.nasa.gov/news/news.php?release=2013-304

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Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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