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Sol, Lua e ISS Alinhados

Enquanto a Lua estava ocupada passando entre o Sol e a Terra em 4 de Janeiro de 2011 para o primeiro eclipse desse ano, a Estação Espacial Internacional (ISS) fez sua própria passagem entre os dois astros. Sendo alimentada de energia pelo Sol, orbitando a Terra, sendo um satélite como a Lua, a ISS é uma expressão de como a humanidade está conectada e mantendo a sua atenção nos três astros.

Essa foto foi feita pelo astrofotógrafo Thierry Legault, que ajustou seu equipamento próximo à cidade de Muscat em Omã, para então registrar essa imagem às 1:09 p.m. na hora local, ou 9:09 UTC, no dia 4 de Janeiro de 2011. Ele teve que ser rápido para fazer o registro, uma vez que o trânsito da estação espacial pelo campo de visão dura apenas 0.86 segundos. A ISS está se movendo a uma velocidade de 7.8 km/s.

O disco do Sol aparece parcialmente obscurecido na porção inferior a esquerda, a Lua está ali, 20 minutos depois de ter atingido o máximo do eclipse. O eclipse parcial foi o primeiro dos quatro que acontecerão em 2011, com os demais acontecendo em 1 de Junho, 1 de Julho e 25 de Novembro. Eclipses ocorrem quando a Lua Nova passa na linha entre o Sol e a Terra. Pelo fato da órbita da Lua ser inclinada em aproximadamente 5 graus em relação a da Terra, a Lua e a sua sombra passam sobre ou sob o plano da Terra. Pelo fato de ambas as órbitas serem elípticas, o tamanho e a forma dos eclipses mudam de um evento para outro, ou seja, nunca existem dois eclipses exatamente iguais.

A imagem também inclui as manchas solares 1140 (na parte inferior) e a 1142 (no centro), essas manchas são parte do ciclo solar 24, que deverá alcançar o seu máximo nos próximos dois anos. Cada mancha produz uma classe relativamente fraca de labareda solar, a B, no dia do eclipse. Manchas solares, labaredas e as grandes erupções conhecidas como ejeção coronal de massa se tornarão cada vez mais comuns nos meses que se seguem e cada um desses eventos solares produzirá seu próprio efeito na Terra, incluindo ruídos nos rádios, auroras, distúrbios na comunicação por satélite e no fornecimento de energia. O ciclo solar e suas alterações também tem papel importante no clima da Terra.

Do ponto de vista da estação espacial, que passa sobre nossas cabeças constantemente, uma vez que ela orbita a Terra entre 15 e 16 vezes ao dia, essa foi só mais uma órbita. Para um determinado observador na Terra a estação pode passar de uma a três vezes por dia, dependendo da sua latitude e da passagem da órbita. Não se tem muito tempo para acompanhar a sua passagem já que para cobrir todo o céu ela gasta apenas alguns minutos.

“A maior parte das pessoas não sabem disso, que sobre determinadas condições favoráveis você pode usar um telescópio para ver claramente o ônibus espacial e a ISS. Logicamente não é uma tarefa fácil, mas é possível”, escreveu o astr6onomo Phil Plait.

Fonte:

http://earthobservatory.nasa.gov/IOTD/view.php?id=48442

 

Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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