Essa animação demonstra como a deformação na superfície congelada de Europa poderia transportar a água do oceano de sua subsuperfície para a superfície do satélite.
Essa animação é apenas um dos muitos comportamentos simulados e que foram relatados em um estudo feito pelos cientistas do Laboratório de Propulsão a Jato da NASA. O estudo focou nas feições lineares, chamadas de “bandas”, e nas “grose lanes”, encontradas nos satélites Europa e Ganimedes de Júpiter. Os cientistas têm usado o mesmo modelo numérico para resolver os mistérios sobre o movimento na crosta terrestre.
A animação é uma simulação bi-dimensional de uma possível seção de um banda passando pela camada congelada de Europa. Na parte inferior extrema está o oceano de Europa, e a linha espessa branca no topo representa a superfície de gelo do satélite. A parte do meio é a camada de gelo de Europa, com as cores mais quentes (vermelho, laranja e amarelo), representando o gelo mais forte, mais rígido. A profundidade é marcada no lado esquerdo da animação enquanto que os números na parte inferior medem a distância do centro da banda na superfície de Europa. As bandas em Europa e em Ganimedes, normalmente têm dezenas de quilômetros de largura e centenas de quilômetros de comprimento. Os números no topo marcam a passagem de tempo em milhares de anos.
À medida que a animação roda, a camada de gelo é deformada pelas interações gravitacionais com Júpiter. O gelo frio na superfície é repartido. Ao mesmo tempo, falhas se formam na parte superior do gelo, se desintegram e reformam (visível como as linhas diagonais em amarelo, verde e azul na parte central superior da animação). O material que rapidamente preenche a metade inferior da imagem é uma coleção de pequenos pontos brancos representando partes do oceano de Europa que congelou na base da camada de gelo, ou seja, onde o oceano líquido entra em contato com a camada de gelo.
No artigo, os cientistas os descrevem como um material fóssil do oceano pois as partes do oceano que ficaram aprisionadas na camada de gelo de Europa e passou muitas centenas de milhares, e talvez milhões de anos para chegar até a superfície. Em outras palavras, pelo tempo que o material do oceano gastou para atingir a superfície de Europa onde ele pode ser analisado por uma sonda, ele não serve como uma amostra do oceano de Europa como ele é hoje, mas sim como era a milhões de anos atrás.
A NASA tem a ideia de lançar a sonda Europa Clipper no início da década de 2020. A sonda irá então orbitar Júpiter e irá se tornar a primeira sonda a estudar Europa exclusivamente, incluindo a composição do material da superfície do satélite. A missão provavelmente será capaz de testar o modelo simulado aqui apresentado usando um radar que irá penetrar o gelo para pesquisar as bandas do satélite. Se Europa de fato se comportar como sugere a simulação, ela pode carregar material do oceano para a superfície do satélite, onde a sonda Europa Clipper o analisaria de forma remota usando os instrumentos de infravermelho e ultravioleta da sonda, entre outros. Os cientistas poderiam então estudar a composição do material para considerar se o oceano de Europa pode ou não ser amigável para alguma forma de vida.
Fonte:
[https://www.nasa.gov/feature/jpl/europa-s-ocean-ascending]