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23 de dezembro de 2024

Serenidade do Aglomerado Globular M12 Esconde Passado Violento

A alta concentração de estrelas dentro de aglomerados globulares, como no Messier 12, mostrado aqui em imagem feita pelo Telescópio Espacial Hubble das agências NASA/ESA, faz desses objetos belos alvos para lindas fotos. Mas a vida agitada dentro desses aglomerados também faz deles o lar para exóticos sistemas estelares binários onde duas estrelas estão unidas em um órbita justa uma ao redor da outra e matéria é transferida de uma estrela para outra emitindo nesse processo radiação em raios-X. Acredita-se que essa binárias de raios-X se formam a partir de contatos imediatos entre as estrelas localizadas em regiões tumultuadas do universo como os aglomerados globulares e mesmo no M12 que é considerado um aglomerado disperso para os padrões tradicionais essas binárias têm sido registradas.

Os astrônomos também descobriram que o Messier 12 é o lar de algumas estrelas de baixa massa que eram anteriormente esperadas de serem encontradas. Em estudos recentes, os astrônomos usando o Very Large Telescope do European Southern Observatory em Cerro Paranal no Chile, mediram o brilho e a cor de mais de 16000 das 200000 estrelas do aglomerado. Eles especulam que aproximadamente um milhão de estrelas de baixa massa foram separadas do Messier 12 à medida que o aglomerado globular passou através de uma densa região da Via Láctea, durante sua órbita ao redor do centro galáctico.

Parece que a serenidade dessa visão do Messier 12 é enganadora e o objeto teve um passado violento e perturbador.

O Messier 12 localiza-se a aproximadamente 23000 anos-luz de distância da Terra na constelação de Ophiuchus. Essa imagem foi feita usando o Wide Field Channel da Advanced Camera for Surveys do Hubble. A imagem colorida foi criada através da exposição dos filtros azul (F435W, colorido em azul), do filtro vermelho (F625W colorido em verde) e do filtro que deixa passar a luz infravermelha (F814W colorido em vermelho). O tempo total de exposição foi de 1360 s, 200 s e 364 s, respectivamente. O campo de visão da imagem é de 3.2 x 3.1 arcos de minutos.

Fonte:

http://spacetelescope.org/images/potw1113a/

Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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