Os cientistas da New Horizons descobriram um impressionante contraste entre uma das crateras mais jovens da maior lua de Plutão, Caronte, e uma cratera vizinha que localizam-se no hemisfério do satélite voltado para o planeta anão.
A cratera, conhecida informalmente como Organa, chamou a atenção dos cientistas, enquanto eles estavam estudando o escaneamento composicional de mais alta resolução em infravermelho feito de Caronte. Organa e porções do material ejetado pela cratera ao redor mostram absorções no infravermelho em comprimentos de onda de cerca de 2.2 mícron, indicando que a cratera é rica em amônia congelada – e, do que os cientistas têm visto até agora, é único na maior lua de Plutão. O espectro infravermelho da cratera Skywalker, próxima, por exemplo, é similar ao resto das crateras de Caronte e da sua superfície, com feições dominadas pelo gelo de água comum.
Usando telescópios, os cientistas primeiro observaram a absorção da amônia em Caronte, em 2000, mas as concentrações de amônia ao redor dessa cratera estão em níveis sem precedente.
“Por que existem duas crateras tão parecidas em tamanho e forma, tão próximas uma da outra e com uma composição tão distinta?”, perguntou Will Grundy, líder da New Horizons Composition Team, do Observatório Lowell em Flagstaff no Arizona. “Nós temos muitas ideias quando observamos a amônia na cratera Organa. A cratera poderia ser mais jovem, ou talvez o impacto que a criou gerou um bolsão de gelo em subsuperfície rico em amônia. De maneira alternativa, talvez o bólido que se chocou para gerar a Organa levou a própria amônia para o local”.
Ambas as crateras possuem basicamente o mesmo tamanho, aproximadamente 5 quilômetros de diâmetro, com aparência similar, incluindo raios brilhantes de material ejetado. Uma diferença aparente é que a Organa tem uma região central de material mais escuro, a partir do mapa criado com dados do instrumento Ralph/LEISA da sonda New Horizons, isso parece que o material rico em amônia se estende além dessa área escura.
“Essa é uma descoberta fantástica”, disse Bill McKinnon, vice líder da equipe de Imageamento de Geologia e Geofísica da sonda New Horizons, da Universidade de Washington em St. Louis. “A amônia concentrada é um poderoso antigcongelante nos mundos gelados, e se a amônia realmente vem do interior de Caronte, isso poderia ajudar a explicar a formação da superfície de Caronte por criovulcanismo, ou seja, pela erupção de magmas frios de água de amônia”.
Fonte:
https://www.nasa.gov/feature/the-youngest-crater-on-charon