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Vida e Marte, duas palavras que andam juntas faz muito tempo, desde que os primeiros astrônomos começaram a observar o Planeta Vermelho.
Mas a vida não é algo fácil, nem de ser produzida em algum lugar e muito menos de ser encontrada.
Para que a vida possa existir num determinado lugar no universo, uma série de moléculas, de determinados elementos químicos precisam estar combinadas de maneira correta, na proporção correta, para com a ajuda de fatores externos, possa se dar início à tão falada vida.
A vida como conhecemos se baseia em um elemento principal, o carbono.
Então algumas missões são desenvolvidas para encontrar esse elemento, o que poderia indicar a presença de vida.
O rover Curiosity da NASA é um desses equipamentos, e recentemente, os pesquisadores usando o rover fizeram uma descoberta, no mínimo intrigante.
Os cientistas usaram o equipamento chamado Tunable Laser Spcetrometer, ou TLS que fica dentro do instrumento SAM.
Para essa análise foram usadas amostras pulverizadas resultante da perfuração do solo marciano pelo rover.
24 amostras de 5 locais distintos da Cratera Gale em Marte foram então aquecidas a 850 graus Celsius, para assim liberar os gases aprisionados no seu interior.
Em seguida, o TLS mediu os isótopos de carbono que foram liberados durante o processo de aquecimento.
Na Terra, as criaturas vivas usam o átomo de Carbono 12 para metabolizar alimentos ou no processo de fotossíntese, ao invés do Carbono 13, que é mais pesado.
Então estudar a proporção desses dois isótopos ajuda a dizer que tipo de vida eles estão vendo.
Em Marte, os pesquisadores descobriram que quase metade das amostras analisadas pelo TLS tinham quantidades surpreendentemente grandes de Carbono 12 em comparação que os cientistas descobriram na atmosfera e nos meteoritos marcianos.
Quer dizer que encontramos vida, é isso?
Bem, os cientistas foram atrás das explicações.
Primeiro a explicação biológica, envolve bactérias na superfície que teriam produzido uma assinatura única do carbono ao liberar metano na atmosfera onde a luz ultravioleta teria convertido esse gás em moléculas maiores e mais complexas.
Essas novas moléculas teriam caído de volta na superfívie e agora poderiam estar sendo encontradas nas rochas.
Mas existem explicações não biológicas.
A primeira, é que a assinatura de carbono pode ter sido o resultado da interação da luz ultravioleta com o gás dióxido de carbono na atmosfera marcina, produzindo assim novas moléculas contendo carbono que teriam se estabelecido na superfície.
E a outra explicação é que o carbono pode ter sido deixado para trás em um evento raro de centenas de milhões de anos, quando o sistema solar passou por uma gigantesca nuvem molecular rica no tipo de carbono detectado.
As três explicações se encaixam nos dados adquiriodos, serão necessários mais dados para tentar achar uma resposta conclusiva.
Os isótopos continuarão sendo medidos pelo Curiosity, e o ideal seria medir o carbono numa pluma de metano liberada na superfície marciana, mas não há como prever isso e é bem complicado fazer essa medição.
Outra coisa é esperar as rochas que estão sendo coletadas pelo Perseverance e que serão enviadas para a Terra, pois ali podem ter isótopos também que indiquem da melhor forma a sua origem.
Os pesquisadores querem entender o ciclo de carbono em Marte, algo que seria fundamental para entender como a vida poderia se encaixar nesse ciclo, caso ela realmente existiu em Marte.
Só nos resta esperar.
Fonte:
https://www.pnas.org/content/pnas/119/4/e2115651119.full.pdf
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