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Scheila – O Asteroide Que Imitou Um Cometa

Uma colisão entre dois asteroides, mostrou para os astrônomos, que esses objetos podem ter erupções parecidas com as que acontecem nos cometas, mas por diferentes razões.

O asteroide (596) Scheila, foi visto apresentando uma atividade, no dia 11 de dezembro de 2010, por Steve Larson, enquanto ele usava o Catlaina Sky Survey da Universidade do Arizona. Mas o Scheila, é um asteroide do Cinturão Principal de Asteroides do Sistema Solar, localizado entre Marte e Júpiter, e não deveria apresentar comportamento parecido com o de um cometa. Mas essa não foi a primeira vez que um asteroide apresentou esse comportamento, antes dele 5 outros asteroides também apresentaram erupções e criaram uma cauda igual a de cometas, esses misteriosos objetos são conhecidos pelos astrônomos como Cometas do Cinturão Principal. Seria o Scheila um sexto asteroide dessa classe?

Bem, não foi. Três dias depois da descoberta feita pelo Catalina Sky Survey, o satélite Swift da NASA virou seus olhos para o Scheila. O Swift estava procurando por produtos da luz ultravioleta do Sol que quebrou os gases encontrados nos cometas, criando a hidroxila e o hidrogênio. Contudo, o Swift não encontrou nada disso, o Scheila era totalmente seco e bem diferente de um cometa. Então, depois disso, o Hubble entrou em ação e conseguiu imagear duas plumas de poeira sendo emanadas do Scheila.

A hipótese para explicar o que estava acontecendo com o asteroide, é que o Scheila na verdade foi atingido por outro asteroide. Os dados obtidos pelo Hubble podem ser muito bem explicados pelo impacto de um objeto desconhecido a uma velocidade de 17700 km/h, e com 30 metros de diâmetro.

Os experimentos mostraram que a criação das duas plumas podem ser melhor explicadas por um objeto que bateu no Scheila com um ângulo raso de menos de 30 graus, criando uma cratera com 300 metros de diâmetro, e lançando cerca de 660000 toneladas de poeira, essa é uma quantidade de material dez mil vezes mais massiva do que a quantidade de poeira emitida quando o módulo da sonda Deep Imapct bateu no cometa 9P/Tempel 1 em maio de 2005.

Fonte:

https://www.nasa.gov/topics/universe/features/asteroid-collision.html

Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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