O satélite observatório de Raios-X ROSAT da Deutsches Zentrum für Luft- und Raumfahrt (DLR), ou seja, da Agência Espacial Alemã, reentrou na atmosfera da Terra nesse domingo, dia 23 de Outubro de 2011 entre 1:45 e 2:15 UTC de acordo com a DLR. Nesse momento, é incerto se os detritos do ROSAT atingiram a superfície ou caíram no oceano. Lançado em 1990, o ROSAT passou os últimos 21 anos e 4 meses na órbita da Terra.
Durante a janela de reentrada, o satélite passava sobre o oceano Índico e parte da Ásia, como Myanmar e China. As estimativas indicam que o momento da reentrada foi à 1:50 UTC mais ou menos 7 minutos. Essa hora de reentrada calculada coloca o satélite sobre o Oceano Índico, longe da China. Onde exatamente os detritos do ROSAT atingiram a Terra será anunciado com o passar do tempo à medida que informações mais precisas sejam conseguidas e analisadas.
No site oficial da DLR na internet a notícia era a seguinte: On Sunday, 23 October 2011, between 1:45 UTC (3:45 CEST) and 2:15 UTC (4:15 CEST) the german ROentgen SATellite ROSAT has re-entered Earth’s atmosphere. There is currently no confirmation if pieces of debris have reached Earth’s surface.
O descomissionado German X-Ray Observatory Satellite, ROSAT, estava frente a uma reentrada descontralada na Terra desde meados de Outubro de 2011. Lançado em 1990 a bordo de um foguete Delta II, o satélite operou por 8 anos e meio e foi desligado em 1999 enviado para uma órbita descontrolada em direção à atmosfera da Terra. Por mais de 12 anos, o satélite veio vagarosamente se aproximando das camadas superiores da atmosfera da Terra e experimentando uma força que aumentava exponencialmente à medida que o tempo passava.
Com base nos estudos feitos pelas agências espaciais pelo mundo é possível que aproximadamente 30 pedaços do satélite tenham sobrevivido à queima na atmosfera. O satélite tinha um sistema óptico de raios-X composto por espelhos e por uma estrutura mecânica feita de fibra de carbono reforçada, esses componentes poderiam sim sobreviver a uma reentrada e atingir a Terra a uma velocidade de 280 milhas por hora.
Há um mês atrás, mais precisamente em 24 de Setembro de 2011, o satélite Upper Atmosphere Research Satellite, ou UARS da NASA, um objeto de 6.3 toneladas reentrou na atmosfera da Terra e gerou manchetes no mundo todo, a NASA previu também que 30 pedaços do UARS sobreviveriam à queima na reentrada sendo que o maior pedaço que poderia atingir a Terra teria algo em torno de 330 pounds.
Devido a vastidão de oceanos que cobre a Terra, a probabilidade de um pedaço de um satélite durante a reentrada atingir alguém machucando ou danificando algo é baixa, no caso do ROSAT a chance era de 1 em 2000, ou seja, uma pessoa seria atingida por um destroço de um satélite a cada 2000 eventos iguais a esse.
O STRATCOM dos EUA rastreia milhares de objetos localizados na órbita baixa da Terra, artefatos que variam de tamanho desde 4 polegadas até objetos do tamanho de campos de futebol como a ISS.
Mark Matney um pesquisador de detritos orbitais do Johnson Space Center da NASA em Houston disse que em média um objeto rasteado reentra na atmosfera da Terra por dia. Pequenos satélites e partes de foguetes reentram uma vez por semana e grandes objetos como o UARS e o ROSAT caem na Terra uma vez por ano, ou seja, nesse ano já estamos acima da média.
De acordo com o pesquisador até hoje não foi relatado nenhum dano ou ferimento grave em alguém na Terra. Iremos acompanhar nos próximos dias as análises mais precisas dos dados e traremos atualizações sobre a reentrada do ROSAT na atmosfera da Terra.
Fontes:
http://www.spaceflight101.com/rosat-re-entry-information.html
http://www.universetoday.com/90193/rosat-satellite-has-re-entered-no-reports-of-debris/
http://www.spaceflightnow.com/news/n1110/22rosat/
http://www.space.com/13356-falling-german-satellite-rosat-death-dive.html
http://www.dlr.de/dlr/en/desktopdefault.aspx/tabid-10424/