Radar é uma técnica de se obter imagens muito mais computacionalmente intensa do que o imageamento por si só, porém todo esse esforço extra tem sua compensação, as imagens de radar muitas vezes mostram feições que não são visíveis na luz visível. Imagens feitas na luz visível mostram a morfologia e a rugosidade da superfície em comprimentos de onda da luz na casa do mícron, mas o radar pode imagear comprimentos de ondas muito maiores, revelando assim rugosidades de larga escala e até mesmo feições presentes na subsuperfície. O gigantesco radar de Arecibo em Porto Rico envia intensos pulsos de energia para a Lua e recebe os feixes de radar refletidos no Observatório Green Bank localizado em West Virginia. Esse imageamento utilizando múltiplas antenas tem sido feito em comprimentos de onda de 70 cm e agora estão sendo repetidos em comprimentos de onda de 12.6 cm, a chamada banda-S. A primeira imagem da Lua feita com a banda-S do radar é mostrada abaixo, e foi feita do limbo oeste do nosso satélite. A imagem acima foi retirada dessa primeira imagem e mostra a região da cratera Glushko, a cratera jovem e brilhante com raios que anteriormente era conhecida como Olbers A. e ao final do post está o artigo técnico onde são dadas as explicações e onde são apresentadas em detalhes outras imagens também totalmente explicadas. A resolução de 80 metros é boa, mas com a sonda LRO nós conseguimos uma resolução muito maior atualmente. Porém, a imagem de radar fornece dados quantitativos sobre, por exemplo, a rugosidade da superfície da Lua. O anel interno e o material ejetado ao redor da cratera Glushko são brilhantes e rugosos como era esperado. Mas a surpresa mesmo é o material encontrado parecido com um fluxo com bordas muito bem definidas na parte norte da cratera. Esse provavelmente é um material derretido por impacto, que não é visível nas imagens da sonda LRO feitas com o Sol alto, mas que uma vez foi notado nas antigas imagens feitas pela sonda Lunar Orbiter IV. O lançamento dessas imagens da banda-S de radar que revelam a textura das feições nos permite buscar por depósitos de material derretido que talvez ninguém tivesse ainda notado na Lua.
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